quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

REPORTAGEM: Natal no Remanso da Pedreira dá presente para a vida de quem participa

Olhe para este rostinho. Gracioso. Estas duas bonecas serão as grandes companheiras desta menina linda, que sonha com um futuro onde ela possa ter felicidade, roupas bonitas, enfeites para o cabelo, comida saborosa, afeto, pais para ampará-la e dar-lhe exemplos sobre como superar. 
Esta garota é de sorte, por fazer parte do projeto Remanso da Pedreira, pois é quando ela se esquece das condições difíceis de residência que tem. Há pouco tempo, sua família morava à beira da rodovia federal (BR-158), próxima a pedreira. Eles então ganharam uma casa popular do município e seu dia a dia ficou menos arriscado.
Com ela que me deu esse lindo sorriso e outras 50 crianças que me encheram de perguntas criativas e carinhosas, passei boa parte da tarde desta terça-feira (17 de dez/13), neste lugar tão especial, por ser recheado de bons sentimentos, que fazem o contrapeso na balança das necessidades. 


Garota linda fez pose para a minha câmera, satisfeita dos presentes recebidos

Pés descalços correndo pelo gramado e cabelos balançado ao vento, mãozinhas dadas para o passeio e gritinhos agudos pela disputa do território tornam comovente uma visita ao Remanso da Pedreira, de Pato Branco. Buscando aproximar o brilho do Natal das crianças que lá frequentam, os acadêmicos do 4º período de Direito da Faculdade Mater Dei, manhã e noite, fizeram uma arrecadação de brinquedos, pelo segundo ano consecutivo. Levaram pacotes coloridos e saíram cheio de abraços e perguntas, pois o cenário criado na tarde desta terça-feira (17) foi de mutuamente um lado cuidar do outro. De um, a pujança social impulsionada pelo conhecimento, as inúmeras tarefas e responsabilidades. Do outro, a inocência mergulhada no carinho que emana da felicidade sincera por um presente. Quem precisa mais de quem? Pergunta difícil de responder.
Os acadêmicos levaram para as crianças a tarde inteira de brincadeiras, com lanche especial, e a presença aguardada do Papai Noel e da Mamãe Noel. Presentear uma criança é como lhe fazer um carinho. Eles se sentem lembrados e valorizados a cuidar de si mesmos. A coordenadora do Remanso da Pedreira, Solange Mackowiak Yamamoto lembra que a maioria das 33 famílias dessas 52 crianças que frequentam o projeto é desestruturada, por isto quem visita a instituição, sai mexido. “Na família, não existem muitos laços, nem muito afeto, carinho, contato físico ou diálogo. Aqui a gente tenta mostrar para eles este outro lado, fazendo com que dentro do Remanso eles sejam uma família e aprendam, entre eles, a ter esse contato físico de se abraçar, se respeitar, cuidar um do outro. Aprendendo e adquirindo aqui, quem sabe eles consigam levar para casa e transformar o lugar onde vivem.”

Presente trocado
Essas crianças sabem que em casa não haverá presentes, por isso a expectativa fica para receber no Remanso, nota Solange, para quem ficam sempre esperando que apareça alguém e faça a partilha. “Quem vem, tem a expectativa de entregar um presente para uma criança que vai ficar feliz. Aí quando recebem o carinho das crianças, esse afeto, sentem que a criança esperava mais que um presente. Eles queriam esse contato todo, o agradecimento, o chamar para brincar junto. Os acadêmicos ficaram comovidos e talvez para alguns seja um sentimento que ainda não tinham experimentado, por isto é uma grande lição”, completou Solange.
Quem confirma é a acadêmica Helen Karina Ilha, uma das que esteve à frente do grupo de arrecadação. “Eles são muito carismáticos e nos recebem com muito aconchego, amor e carinho. A gente vivencia tanta coisa no mundo lá fora, na correria do dia a dia, lida com outra realidade. Esta é a verdade. Quando a gente chega aqui, vê que pode se despir de tudo: de aparência, de pose, pois eles são muito autênticos. Vemos na curiosidade de perguntarem quem a gente é, o que a gente faz, como é a nossa casa, me perguntaram até se tinha piscina. Eles também têm essa necessidade de se aproximar de uma realidade que não é a deles. É uma troca muito gratificante. Isto não tem preço”.

Direito, e na prática
Estudantes de Direito, eles têm conseguido visualizar nas disciplinas regulares do curso, a pauta social para desenvolver este trabalho na prática. No primeiro ano, quem plantou a ideia de beneficiar uma instituição foi o professor de Sociologia, Marcio José Cavasini. “A ideia é a gente dar continuidade até o quinto ano e plantar esta semente nas futuras turmas que vão entrar. Minha filha será caloura do Direito e quero que ela veja o quanto é importante este projeto social”. Em 2013, o olhar se aguçou nas aulas sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, com o professor Raphael Adalberto Soares, o promotor de justiça. “Com ele também conseguimos vivenciar toda a realidade, necessidade, o quadro social das famílias carentes”, apontou Helen, acrescentando que na aula de Criminologia com o professor Cleber Rigailo, ele nos apresentou o projeto da Casa do Zezinho, no Rio de Janeiro. O Remanso da Pedreira se iguala a isso e a gente vê o quão importante é a criança estar aqui e não na rua. Criança na rua beira a marginalidade. Por isso, precisamos ajudar manter o projeto”, defendeu a acadêmica.
Pela sua relevância social, a ONG Remanso da Pedreira possui titulo de utilidade pública municipal, concedido pela Câmara de Pato Branco em 2009; título de utilidade pública estadual, concedido pela Assembleia Legislativa em 2011; e agora está em busca do título nacional e do apoio de um deputado federal, para acompanhar o processo.
A sede atual da instituição foi, no passado, um chiqueiro de porcos, no qual o casal Solange e Luciano Yamamoto adequaram para receber, desde 2007, os filhos das famílias recolhidas à beira da rodovia 158, que viviam em situação de risco. Após dois anos e meio de investimentos privados, estão finalizando a construção de uma sede própria para ampliar o atendimento e a dignidade. Fica na Estrada São Brás, km 2, acesso também pela BR-158, próximo à Granja Real. Trata-se de uma chácara com 34 mil m2, sendo 2.900m2 de área construída, distribuídos em seis blocos. Lá haverá da educação infantil, ao fundamental I, além dos diferenciais de preparação cidadã, próprios do Remanso da Pedreira.

Daiana Pasquim (DRT/PR 5613)
Christoferson Agência Audiovisual

Papai Noel é uma "lenda viva" que sempre ajudarei a cultivar 



sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Remanso da Pedreira: kits escolares dão perspectivas para colorir futuros

Em reportagens como esta, visitando trabalhos como o do Remanso da Pedreira, é que tenho orgulho em ser jornalista e educadora! Vivi momentos especiais na tarde deste 5 de dezembro de 2013.



Acadêmicos do 6º período de Sistemas da Informação Mater Dei fazem da atividade de sala de aula uma extensão social

Cada pasta transparente ou colorida trazia mais que uma caixa de lápis de cor, dois cadernos, apontador, régua, lápis e borracha. Traziam consigo o gostinho do “presente”, do se sentirem valorizados e de terem o compromisso de estudar em busca de um futuro promissor. Com o material que, no final da tarde chuvosa desta quinta-feira (5) trouxe o sorriso, eles poderão colorir o futuro. Foi com esta sensação que os acadêmicos do 6º período de Sistemas de Informação da Faculdade Mater Dei saíram do Remanso da Pedreira, após a visita na qual entregaram à coordenação da casa e às crianças, 51 kits de materiais escolares comprados e montados pelos próprios alunos. A atividade foi proposta pelo professor Anderson Fernandes, na disciplina de Sistemas Distribuídos.
Os acadêmicos Bruno José dos Santos, Cezar Augusto dos Santos, Helen Grace Bianchini e Matheus Spanholi fizeram a linha de frente das arrecadações. Na tarde desta quinta, Bruno foi acompanhado dos colegas Leonardo Maciel e Rafael Batistella, fazer as entregas. A organização não governamental (Ong) Remanso da Pedreira atende atualmente 51 crianças, de dois a 12 anos desde 2007, tendo à frente o casal Luciano Yamamoto e Solange Mackowiak Yamamoto.  
“A gente está num momento de grandes transformações agora. Após seis anos trabalhando nesta estrutura, finalmente estamos conseguindo concluir a construção de uma estrutura própria para atendê-las com mais qualidade. Foram seis anos de muita dificuldade aqui onde estamos hoje. Além da transformação estrutural, a gente se sente gratificado em ver a transformação na vida das crianças que já passaram por aqui e já saíram, bem como das que aqui ainda estão”.
Solange percebe que a sociedade também acolhe cada vez mais a instituição.  “Isso faz toda a diferença, pois todo início de ano temos uma despesa muito grande para poder fornecer todo o kit de materiais necessários para as crianças frequentarem a escola regular e fundamental. Nós sempre fizemos esse trabalho dando essa assistência e durante muitos anos tivemos que comprar e montar os kits. Com a expansão do trabalho e o reconhecimento e agora, com a divulgação, temos recebido esse tipo de auxílio como o dos meninos de Sistemas da Informação, que se mobilizaram e fizeram toda essa campanha para nos ajudar nesta parte de material escolar”.
A maioria das crianças que frequenta o Remanso vem com histórico familiar conturbado. “Eles chegam com alguns transtornos, principalmente de comportamento. Ao longo do tempo que elas vão passando aqui dentro e desenvolvendo as atividades e os acompanhamos em todas as dificuldades, sentimos que eles vão encontrando o equilíbrio e tudo vai se transformando: o comportamento, a disciplina, a alegria e bem-estar, sentimos as transformações em todos os sentidos”, listou.

Aprendizado
O acadêmico Bruno José dos Santos disse que foi gratificante fazer este trabalho social: “estamos ajudando várias pessoas que necessitam de material escolar e não é só pelo trabalho de sala de aula, mas pela felicidade das crianças em estar recebendo o material, a alegria delas. O material não é uma muito, mas já os ajuda bastante no ano letivo. Diretamente, nosso curso tem pouca relação com este ato, pois na tecnologia já se corta o lápis, não se escreve mais, usamos um caderno na matemática e no português. A relação direta com eles é realmente emotiva, o que nos deixa realizados”. Seu colega, Rafael Batistella, revelou estar maravilhado. “O trabalho que a Solange faz aqui são poucos os que fazem. Acho que até a prefeitura de Pato Branco deveria dar mais valor a pessoas como Solange que fazem este trabalho. O pessoal deve vir conhecer, pois é gratificante. O que fizemos aqui hoje é muito bacana”.

Mais ajuda
A Faculdade Mater Dei levará ainda brinquedos de Natal, a partir da campanha do 4º período do curso de Direito, que está arrecadando até o próximo dia 13.  “As crianças sempre têm uma  expectativa grande com presentes e, graças à Deus, sempre temos tido parceiros nos ajudando neste sentido. A Mater Dei mais uma vez, no dia 14, vai ser o papai Noel de nossas crianças. Temos algumas pessoas que nos procuraram e se propuseram a trazer atividades interativas e brinquedos para as crianças”.
Para doar, os interessados podem ir pessoalmente à instituição, na Rua Ivaí, 2.900, bairro Pinheirinho, com acesso pela BR-158 logo após a Inplasul, ou pelos telefones 3225 4662 e 9976 8112, falando com a Solange ou outra colaboradora da instituição. Visitas podem ser feitas de segunda à sexta-feira, das 8h às 17h.
A previsão é iniciar 2014 na nova sede, que fica na Estrada São Brás, km 2, acesso também pela BR-158, próximo à Granja Real. Trata-se de uma chácara com 34 mil m2, sendo 2.900m2 de área construída, distribuídos em seis blocos. A obra começou há dois anos e meio e deve conseguir acolher 165 crianças, mais que triplicando a frequência atual. A lista de espera chega a 200 crianças, todas em situação de pobreza e recente risco social.

Daiana Pasquim (DRT/PR 5613)/ AC Faculdade Mater Dei
Fotos: Lucas Piaceski
Assessoria de Comunicação
Christoferson Agência Audiovisual




DIARINHO: Roda de Conversa (Edição 150 – 24 de novembro a 10 de dezembro de 2013)

Roda de conversa, sem preconceitos

Comece amanhã a vencer dentro de você o preconceito que está se formando, para que ao crescer, este não se torne um “preconceitão”. O que posso fazer lá na minha escola para combater o bulliyng e todo tipo de preconceito? Devemos nos colocar no lugar da pessoa que a gente despreza. Este foi o “coração” da mensagem que o bispo da Diocese de Palmas e Francisco Beltrão, dom José Antônio Peruzzo, repassou às crianças do Diarinho no encontro do dia 21. Após tê-las convidado a se aproximar e sentar-se ao chão, o religioso e as crianças conversaram com liberdade e simpatia.

Editorial
Natal e a despedida deste ano

Os melhores sentimentos de ternura, respeito para com o próximo e até de saudade estão nesta edição, a última do ano de 2013. No encontro de novembro, no dia 21, nosso projeto recebeu a visita do bispo da Diocese de Palmas e Francisco Beltrão, dom José Antonio Peruzzo, que passou uma mensagem com muita proximidade às crianças. O principal aprendizado foi o “respeito”, levando as crianças a uma reflexão: “o que posso fazer lá na minha escola para combater o bulliyng e todo tipo de preconceito?”
O ano realmente está chegando ao fim. O ano escolar está quase lá. Nós aqui no Diarinho estamos nos preparando para os últimos momentos, o último encontro do ano de 2013, mais uma vez no auditório do Sesc Pato Branco, no dia 5 de dezembro. É quando cada criança participante do projeto receberá o seu diploma como editor mirim suplente ou editor mirim titular. Assim, elas podem guardar a prova para toda a sua vida, além da suave e agradável lembrança no coração.
Um assunto interessantíssimo ao universo infantil que está nesta edição é o Natal. Ele está demonstrado principalmente no Mural Natal e Mural de Desejos, lugar onde suas frases demonstram que os símbolos, de paisagem ou religiosos, bem como os de respeito, andam bem “presentes”. A simbologia é tão forte que, mesmo para as crianças da América do Sul, os desenhos de Natal tem que ter neve e seus bonecos, sobrevoados pelas renas e o trenó cheio de presentes.

Tem também “passatempo” de Natal e algumas curiosidades. Então aproveite, pois esta é a última edição do Diarinho no ano de 2013. 









Errata na página 8, esta pesquisa e material foi preparada pela Escola Municipal Maria Jurema Ceni, e não pela Pequeno Príncipe, como publicado. Minhas desculpas... 
:) grandioso trabalho!

Textos e pesquisa: Daiana Pasquim
Arte-final e ilustrações: Lucas Piaceski
Christoferson Agência Audiovisual