sábado, 8 de novembro de 2014

"A liga entre os símbolos da Justiça" - DIARINHO ED 157


"A Justiça é cega", por isso a deusa grega Têmis representa a Justiça em si e é retratada com uma venda nos olhos. Mas não são os super-heróis que usam máscaras? É curioso como os que lidam com a justiça têm semelhanças. Na palestra de outubro com o advogado especialista em Direito Previdenciário, Matheus Prates Pereira, a principal mensagem que as crianças levaram foi a de que, sempre que cumprirem seus deveres e agirem sabendo que “somos todos iguais”, seremos como super-heróis de nós mesmos ou de alguém. 





EDITORIAL

Somos todos iguais

Quantas vezes você não ouviu esta frase, ou a viu escrita em inúmeros lugares? Esta é uma das máximas da sociedade ocidental, que vive sob a Constituição Brasileira promulgada em 1988. Mais que isso, no Brasil há uma lei só para os menores de idade, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que é aplicado pelo Conselho Tutelar e amparado pela Vara da Infância e da Juventude. No mês de outubro, os editores do Diarinho aprenderam bastante sobre seus direitos e deveres, na palestra com o advogado Matheus Prates Pereira, formado em Direito pela Faculdade Mater Dei (2012) e especialista em Direito Previdenciário na Escola Paulista de Direito (EPD). Ele falou às crianças sobre “a importância de cumprir normas” e  no final da conversa, todos concluíram que são livres, mas com medidas. A reportagem ocupa a página 3.  
Toda criança tem o direito de brincar, se divertir, ter higiene, ter um lar, uma família, ter uma vida saudável. Esses são algumas das seguranças trazidas pelo ECA.
“Somos todos iguais” é o título do desenho do Eduardo Gabriel Zdziarski, da Escola Rural Municipal Passo da Ilha de Pato Branco, que ilustra a página 3. Ele chegou na redação bem neste momento em que o fim de ano se aproxima, os corações devem ficar mais brandos e todos procuram alguma forma de fazer o bem ao próximo.

Queremos afirmar que estamos muito animados, pois vamos realizar no mês de dezembro a “Exposição de Trabalhos do  Diarinho Cultural do Sudoeste do Paraná - 2ª edição”. Toda a sociedade poderá ver o quanto as nossas crianças são caprichosas e inteligentes. No fundo, todo mundo é igual porque deseja ser respeitado, por isso concentre-se e faça ao máximo para aprender enquanto é criança, pois este é o caminho para se tornar o adulto que você deseja. 


CRÔNICA
Somos todos iguais e podemos ser heróis se nos comportarmos bem

Daiana Pasquim
Era uma vez um garoto que gostava muito de Matemática e de História, mas quando ele cresceu e chegou a hora de fazer faculdade, percebeu que nenhum curso contemplava essas duas áreas. Após estudar um ano de Engenharia, resolveu mudar para o curso de Direito. Ele era apaixonado por super-heróis, pois eles salvam a cidade, defendem as pessoas e buscam a justiça. “Vi que meu pai, que é advogado, se tornou o super-herói de muitas pessoas, após ajudá-las. Aprendi que podemos ter um mundo melhor e acabar ou diminuir as justiças sociais que existem por aí. Durante o curso de Direito percebi que existem várias coisas que um advogado pode fazer”, conta o advogado Matheus Prates Pereira. É dele a história que contamos neste primeiro parágrafo, replicando suas próprias palavras revelada às crianças do projeto Diarinho Cultural do Sudoeste do Paraná, no encontro do dia 16 de outubro. Matheus formou-se em Direito pela Faculdade Mater Dei (2012) e tornou-se especialista em Direito Previdenciário na Escola Paulista de Direito (EPD).
Ele explicou que o Direito Previdenciário significa prevenção. "Quando uma pessoa fica velha e quer parar de trabalhar, tem ou não o direito de descansar e continuar recebendo um dinheirinho?”, simplificou para as crianças. Contando um pouco de sua vida, ele fez as crianças compreenderem sobre a importância de cumprir normas. "A vida inteira, passei em Pato Branco. Minhas irmãs sempre tiraram notas altas e como filho mais novo, recebia essa exigências dos meus pais. Por isso sempre tirava notas boas também”, exemplificou, sobre o dever que as crianças têm de estudar e o direito de estar na escola.
"Desde a antiguidade, o homem percebeu que para conviver em sociedade se faziam necessárias a existência de normas, sejam elas morais/éticas, religiosas, sociais ou jurídicas. Sem estabelecer limites, não existem direitos. Ou seja, todo mundo pode fazer tudo e então, obviamente, prevalecerá normalmente a lei do mais forte”, apontou.
O advogado fez um contrato com os editores sobre o que poderia ou não fazer durante a palestra: pode jogar joguinho? Jogar papel na cabeça do colega? Sair para o banheiro se tiver muito apurado? Assim, o encontro foi uma tarde de ponderações onde, se alguém descumprisse, o colega ao lado poderia cobrar. Foram surgindo dúvidas, sanadas pela mão erguida durante toda a explanação.

Símbolos da Justiça
Os editores também fizeram uma espécie viagem para a Grécia Antiga, para entender os símbolos da justiça, que podem ser vistos na imagem da deusa grega Têmis, sendo eles: a venda nos olhos de Têmis; a balança; e a espada. A deusa grega Têmis representa a Justiça em si. A deusa Têmis normalmente é retratada com uma venda nos olhos, o que significa que “a Justiça é cega”. Ou seja, para se fazer a Justiça, não importa quem são as pessoas envolvidas, mas sim o que realmente aconteceu. 
"Em outras palavras, o juiz deve ser imparcial, deve julgar sem favorecer ninguém. A balança, por sua vez, significa equilíbrio. Se a balança pender muito para um lado, significa que não houve Justiça nenhuma. A espada, por sua vez, significa a força, pois de nada adianta uma decisão equilibrada e imparcial se não tiver força para ser aplicada. Esses são os Símbolos da Justiça. Sem que haja qualquer um deles, a Justiça não será plena. Tais símbolos também são considerados como Símbolos da Advocacia”, explicou Matheus.
E por falar em venda nos olhos, não são os super-heróis que usam máscaras? Eles adotam uma fantasia para que a sociedade não reconheça sua própria identidade. É curioso como os que lidam com a justiça têm semelhanças. Ao final de tudo, a principal mensagem que as crianças levaram foi a de que, sempre que defenderem a ideia e agirem sabendo que “somos todos iguais”, como retratou o desenho do aluno Eduardo Gabriel Zdziarski da Escola Rural Municipal Passo da Ilha que ilustra esta página, agiremos como super-heróis de nós mesmos ou de alguém. 

legenda
O advogado Matheus Prates Pereira fez uma conversa saudável com os editores sobre “A importância de cumprir normas"

Advogado Matheus Prates Pereira simplifica às crianças sobre como o Brasil classifica suas normas:

O que é uma norma? Norma é uma obrigação que deve ser cumprida e que é dotada de uma sanção. Sanção também é entendida como uma punição. No Brasil, temos quatro tipos:
1- Morais e éticas
2- Religiosas
3- Sociais
4- Jurídicas
- Nas três primeiras, cada um tem o seu grupo. Mas as normas Jurídicas são leis e valem para todos, têm uma consequência mais grave para quem descumpri-las. 
- As normas morais e éticas são as ordens dos pais, por exemplo. E da escola. São nossas normas internas, guardadas dentro da gente. As pessoas vão ficar felizes ou tristes se eu fizer ou não? Assim você consegue compreendê-las”. 
- As normas religiosas podem ter consequência a alguém que não segue, como uma advertência do padre ou do pastor. Os casos mais graves podem ser excluídos da igreja.

- As normas sociais vêm da convivência em sociedade. “Vão desde as pequenas coisas que fazem a gente passar vergonha até as mais graves, que interferem nas relações. Elas têm padrões de acordo com o grupo que convivemos. Elas não estão escritas, mas existem no mundo”, explicou. 



Sustentabilidade deve ser a energia que move o mundo 


Um consciente texto sobre “energia elétrica” foi enviado pela aluna Giovana Rizzo, da Escola Municipal Professor Antonio Marcelino Pontes, de Clevelândia. Aproveitamos para ampliar nossa consciência e conhecimento sobre energia e sustentabilidade. 

Daiana Pasquim com Smartikids
Os dias estão mais compridos desde que entrou o horário brasileiro de verão 2014/2015, no último dia 18. A medida vem com a intenção de economizar energia elétrica, já que segundo estimativa do Ministério de Minas e Energia, deverá resultar em uma economia de R$ 278 milhões em termos de geração de energia térmica. No Brasil, o primeiro horário de verão foi realizado entre 1931 e 1932, pelo presidente Getúlio Vargas, com duração de cinco meses. Mas é desde 1985 que ele se repete todos os anos.
Você já parou para pensar o quanto somos dependentes de energia? Ligar a televisão, o computador, sair com o carro, tomar banho, refrigerar alimentos, tudo!
A forma de energia que mais utilizamos é a elétrica, mas existem várias formas de gerar energia... Algumas prejudicam bastante o meio ambiente, outras não. O modelo de energia que não polui o meio ambiente é chamado de modelo “limpo”, isto é, que não polui.
A energia hidráulica é aquela que aproveita a força das quedas d’água para gerar energia. É a mais utilizada atualmente na maioria dos países, mas também é a mais cara e que exige mais mudanças ambientais, pois para sua produção é necessária a construção de hidroelétricas.
Conhecida da região Sudoeste do Paraná pela Usina de Palmas, é a energia eólica, aquela obtida pela força dos ventos. Esse tipo de energia é considerada uma das mais competitivas, pois seu custo é relativamente baixo, e o retorno acontece a curto prazo. Isto indica que a região sai na frente na questão sustentabilidade. 
O biogás, que é um gás natural, também é fonte de energia. É produzido durante o processo de decomposição que certos tipos de bactérias realizam a partir de resíduos orgânicos, como esterco, palha, bagaço de vegetais e lixo. O gás produzido pode ser usado como combustível para fogões, motores ou mesmo para turbinas que gerem eletricidade.
Outra forma de gerar energia é através do sol. A energia solar é considerada uma fonte de energia inesgotável e uma das formas de obtê-la é através do coletor solar, um dispositivo responsável pela absorção e transferência da radiação solar para um fluido (geralmente a água) sob forma de energia térmica.
Existe também a energia obtida através do petróleo e carvão, mas os produtos residuais durante sua utilização eliminam gases poluentes no meio ambiente, portanto, apesar de serem formas de energia muito utilizadas até o momento, existem várias pesquisas que buscam fontes alternativas de energia.

Curiosidades envolvendo energia
- Motor movido a ar! Isso é possível? Parece que sim... O francês Guy Nègre já criou o MDI “MiniCat”, movido à ar comprimido. O motor tem a capacidade de movimentar um carro a uma velocidade de até 110/130 km/h, com um custo R$ 6,00 (seis Reais) a cada 250/300 km corridos, e, além do mais, tem a vantagem de não poluir a atmosfera.
- As primeiras rodas hidráulicas foram construídas cerca de 2 mil anos. As correntes dos rios as movia, e assim levavam água aos campos e colocavam os moinhos para moer os grãos.
- O primeiro motor inventado foi a máquina a vapor inventado em 1777. Quem nunca ouviu falar em Maria Fumaça? Durante muitos anos os trens eram movidos a máquinas a vapor.
- Solar Challenger, em 1981, foi o primeiro avião tendo energia solar como fonte e atravessou o Canal da Mancha.
- A energia nuclear é gerada a partir de um metal raro chamado urânio. Os resíduos deste metal são altamente prejudiciais à saúde, por isto são depositados debaixo da terra.
- Os primeiros automóveis foram construídos por Daimler e Benz na Alemanha, entre 1885 e 1886. Tinham um novo tipo de motor, o motor de combustão interna.
 (Fonte: Curiosidades sobre motores)




Mural "Misturança" de Criança


É uma dança misturada no universo infantil. “Misturança” é a ação de misturar. Cada ideia que nas cabeças nascem tomam o papel de forma incrível. Criança não tem limite para criar, imaginar, mergulhar no lúdico. Por isso que em seu desenvolvimento tudo é possível. Este mural é um compilado de trabalhos com ideias variadas. Têm os que caem de paraquedas, os que cultivam amizades, os que acham tesouros e encontram castelos, que plantam uma horta, que reproduzem uma bandeira estilizada, que colorem tudo o que vê e que afirmam que a vida deve ser festa todo dia. Os trabalhos são dos alunos das escolas de Pato Branco, Jardim Primavera, Pequeno Príncipe, Maria Jurema Ceni, Santos Dumont e da Escola Parigot de Souza de Itapejara D’Oeste.




Direitos e deveres da Criança, por elas mesmas


Dentro do clima de nossa edição, sobre os Direitos e Deveres da Criança e do Adolescente, dois trabalhos ilustram muito bem algumas das seguranças trazidas pelo ECA. Toda criança tem o direito de brincar, se divertir, ter higiene, ter um lar, uma família, ter uma vida saudável. 




Produção de Texto: Daiana Pasquim
Produção de Arte: Lucas Piaceski
Agência PQPK

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

ENTREVISTA PERFIL - Guto Silva: "a matéria prima de inovação é o relacionamento"








"Percebo que os cinco pilares da sociedade estão em ruínas: ensino, empresas, igreja, família e Estado, precisam de novas perspectivas"






“Sociedade inovativa" foi um termo ouvido por inúmeros acadêmicos esta semana. É a bandeira erguida pelo empresário, professor e deputado estadual eleito pelo Paraná no pleito de 2014, Luis Augusto Silva, o Guto Silva. Com muita simpatia e próximo de seu público, ele realizou a Palestra Magna com o tema "Desenvolvimento Regional e Inovação”, na abertura da Semana Acadêmica do Núcleo de Engenharias e Arquitetura 2014 da Faculdade Mater Dei, na noite de segunda-feira (28). Bacharel em Gestão de Recursos Humanos; MBA em Gestão de Negócios; com doutorado em andamento em Gestão de Negócios, revelou que foi aluno do Colégio Mater Dei quando menino e que convite da faculdade é uma convocação. Olhando para a plateia formada por acadêmicos de Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Civil e Engenharia de Produção, afirmou que esta geração viu mudanças em dez anos que ele não viu em 30. 
Da experiência de ter passado por cerca de 40 países, provocou o público com modelos regionais e territórios de inovação. “Por que uma ideia não tem valor no mercado?”, questionou. Assim foi discorrendo sobre suas experiências e o seu olhar sobre o mundo. 
Para Guto, artefatos tecnológicos como escrever uma carta e envia-la pelo correio, remeter e-mails, usar um telefone de disco, nos aproximam. Contudo, nota que hoje o mundo tem dificuldade de conviver e aí reside um problema, pois a matéria prima da inovação é o “relacionamento”. “Como vamos estimular as pessoas a compartilharem? São coisas importantes da formação humana que temos que incentivar”, defendeu. 
Sua área de atuação política está pautada na ciência, tecnologia e educação. Lá no começo dos estudos, Guto começou Direito e depois foi para o curso de Comércio Exterior, no qual conseguiu uma bolsa de estudos por um ano em Portugal. Em seguida, estendeu a bolsa por mais um ano, morando na Espanha. Depois foi para a Inglaterra e trabalhou como lavador de pratos e garçon, por mais dois anos. Passados quatro fora do Brasil voltou e começou trabalhar com comércio exterior, em Joinville. Viajou ainda para a África, Ásia, Oriente Médio, Caribe, quando voltou a Pato Branco, começando a lecionar na Faculdade Mater Dei. “Por todos estes lugares, estive sempre buscando olhar o ser humano, os países, a condição humana. Percebo que os cinco pilares da sociedade estão em ruínas: ensino, empresas, igreja, família e Estado, precisam de novas perspectivas".
Por acreditar que o ser humano é inventivo, Guto Silva defende, nesta entrevista exclusiva, que é nos relacionamentos que as coisas acontecem . Tudo se transforma, quando as pessoas convivem.


O que é inovação e o que pode trazer o desenvolvimento regional?
Tenho trabalhado muito e um de meus objetivos é provocar os alunos. A gente fala tanto em região e costumo orientar um pouco sobre territórios de inovação. Quero mostrar que inovação é diferente de criatividade. As pessoas confundem muito processo criativo com processo de inovação. Inovação precisa de um pouco mais de método, há uma dinâmica toda sobre o tema inovação e a ideia é que é importante a participação e a convivência para que haja inovação. A tecnologia ou a criatividade são produtos frutos de processo de inovação, mas a matéria prima de inovação é o relacionamento. A inovação acontece quanto as pessoas convivem, trocam experiências, conversam e acho que o tema arquitetura e engenharia tem muito a ver com isso. Pensar espaços públicos e privados que propiciem momentos para que as pessoas voltem a conviver, não só no mundo virtual que está tão forte hoje em dia, mas ajam também em processo de lazer, tranquilidade familiar, momentos onde as pessoas possam voltar a conviver. Acredito muito na convivência social e é esta convivência que vai poder nos trazer fatores novos, novas ideias e novos comportamentos. Na palestra quero provocar essa turma de futuros arquitetos e engenheiros a buscarem sempre privilegiarem o convívio humano.

A esta altura, você está um perito em cidades, tanto do Brasil quanto do mundo. Percorreu o Paraná inteiro, além de outros Estados. Como você conceitua a região Sudoeste?
Percebo que tive oportunidades de conhecer as cidades e os territórios. Regiões em todo o Estado e a nossa região tem uma densidade institucional muito forte. Tem um espírito mais cooperativo que outras regiões e diria que tem um patrimônio institucional mais forte que outras regiões, então para poder levantar um tema e discutir, a gente tem essa densidade, pois as instituições participam. Nosso papel como homem público também é estimular as instituições a participarem em cima de uma agenda positiva e concreta, para que a gente possa tirar um pouco dessa frustração. A gente é organizado, mas a sensação é que as conquistas que a gente almeja não tem a mesma velocidade que a demanda social tem. Falta um pouco de método nessas instituições, de governança, de como trabalhar e unir essas instituições para a gente buscar os recursos, investimentos ou mesmo a participação de outros entes, para que possamos ter ganho real e concreto.

Em exemplos, o que a gente precisa melhorar? O que é urgente?
Temos uma demanda muito forte por infraestrutura. O Sudoeste carece de infraestrutura adequada, há 30 anos que não temos isso. O que quero demonstrar aqui também é um pouco da necessidade da participação do cidadão comum ou das instituições neste processo de construção. Cada vez mais ainda brinco: vem pra rua! E a resposta que a gente obteve foi maior participação dos governos. Temos que reduzir a participação dos governos, não ampliar. O governo não é mais solução para resolução dos problemas sociais. Esse exercício do cidadão, das entidades, dos colégios e faculdades participando deste novo processo amplia o que a gente chama de “cidadania”. É esta cidadania participativa que precisamos colocar na mente principalmente dos mais jovens, incutir nas crianças essa necessidade de construção conjunta para que a gente tenha algo realmente concreto. Percebemos que a gente reclama, mas não participa. Por outro lado, a gente é organizado, mas como que vamos de fato mudar o nosso entorno? São discussões importantes para a nossa região.

Nós do Sudoeste somos excelentes em que, em sua visão?
Inovação. Sempre digo que temos um pouco da síndrome do Pinscher, o cachorro pequeno. A gente late, late, o Sudoeste é muito forte e consistente, mas é preciso que as pessoas venham de fora para conhecer e falar: nossa, como vocês estão avançados na área tecnológica; como estão avançados no parque; como a semana Startup revelou um capital humano diferenciado. Acho que o grande potencial do Sudoeste é o capital humano, é um povo diferenciado e qualificado. Talvez a nossa fragilidade seja como extrair essa intelectualidade, característica que nós temos, para poder agregar valor à nossa sociedade e a forma como a gente vive. Nosso maior patrimônio são as nossas pessoas. 

Texto: Daiana Pasquim (DRT/PR 5613)/ AC Grupo Mater Dei
Fotos: Lucas Piaceski
Assessoria de Comunicação
Agência PQPK

Oficinas do Inteligência Criativa PBTEC trabalham com técnicas, imaginação e observação


Começaram esta semana as oficinas de Inteligência Criativa do projeto da Pato Branco Tecnópole (PBTEC): na terça-feira (28) a Oficina de Desenho; na quarta-feira (29), de Jogos e Mídias Digitais; e na quinta-feira (30), a Oficina de Fotografia. Cada oficina tem dez horas/aula, divididas em três encontros: dois de quatro horas e um de duas horas, de avaliação. Participam alunos de escolas públicas dos oito aos 16 anos, ligados à Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Pato Branco e ao Núcleo Regional de Educação (NRE). Eles são indicados pelos próprios diretores das escolas, conforme as afinidades de conhecimento que apresentam. As aulas são ministradas no 2º piso da Biblioteca Pública Helena Braun, de Pato Branco.
A Oficina de Desenho é ministrada pelo Arquiteto e Urbanista de Curitiba Reinoldo Klein Neto, formado pela Universidade Positivo (UP), especialista em Gestão de Empreendimentos Imobiliários pela UP e mestrando em Projeto de Arquitetura pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS). Reinoldo é professor do curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Mater Dei. 
Quanto a abordagem da oficina, Reinoldo conta que na primeira etapa trabalha o desenho de imaginação, que é a oficina de desenho sonoro. "Na primeira aula, eles fizeram atividade a partir de uma música e traduziram, cada um deles, do que compreendeu numa linguagem gráfica. Passei a eles uma técnica de desenho que eles fizeram uma base com o lápis, depois trabalharam com caneta preta e, em cima disso, coloriram”, explicou. Os alunos ouviram a música “Juvenar”", de Karnak, que conta a história de um retirante que vai para a cidade grande, se desengana e volta para o sertão.
"No próximo encontro vamos abordar o tópico do Desenho de Observação e eles vão utilizar basicamente a mesma técnica de base lápis, passar caneta preta e colorir, mas aí vamos trabalhar com a técnica de aquarela".

Segundo o professor, o aluno que passar pela oficina vai levar de conhecimento abrir seus próprios horizontes. "É mais uma oportunidade de eles mesmo se avaliarem, pois o período de tempo da oficina é relativamente curto, em dez horas a gente consegue mais é expor eles ao desenho, ao que eles conseguem fazer e, se praticarem, podem vir a conseguir fazer. Às vezes eles não conhecem seu próprio potencial e como passamos algumas dicas e técnicas, eles até se surpreendem com o que conseguem fazer”, finalizou.

Jogos e Mídias Digitais
A Oficina de Jogos e Mídias Digitais do projeto Inteligência Criativa PBTec é ministrada pelo professor Anderson Luiz Fernandes, que também é presidente da Pato Branco Tecnópole. Anderson possui graduação de Bacharelado em Sistemas de Informação pela Faculdade Mater Dei (2008), especialização em Ciência da Computação, com ênfase em Engenharia de Software e Gestão de Projetos de Software (2009), Especialização em Redes de Computadores pela UTFPR (2012) e é mestrando no Programa de Pós-graduação em Engenharia Elétrica da UTFPR. Administrador de redes e coordenador de tecnologia na Faculdade Mater Dei, professor nas disciplinas de Administração Aplicada a Sistemas de Informação, Fundamentos de Computação, Redes de Computadores, Sistemas Operacionais, Sistemas Distribuídos e Organização e Arquitetura de Computadores. Possui experiência em redes de computadores e gerenciamento de parques computacionais.



Oficina de Fotografia
A Oficina de Fotografia do projeto Inteligência Criativa PBTec é ministrada pelo fotógrafo, ilustrador, arte-finalista, produtor e editor audiovisual Lucas Piaceski, da Agência PQPK. Conta com cinco Câmeras semiprofissionais Fujifilm SL 1000 para os alunos manusearem bastante. Além da digital, a primeira aula teve explicações sobre a fotografia analógica, representada pela Diana F+, de 1965. A oficina organizada por Lucas Piaceski aborda as técnicas para se registrar uma boa imagem, perpassando as novas tendências e a valorização da fotografia profissional. Na primeira aula na quinta-feira (30), os alunos tiveram uma tarde de muita ação treinando os diversos gêneros fotográficos: Fotojornalismo, Natureza, Fotografia Arquitetônica. Na próxima semana vão trabalhar o Gênero Esportivo, Foto Publicitária, Retrato e foto de estúdio.



Conheça Economia Criativa
Em sua concepção, a Economia Criativa atende a 13 grandes áreas: Propaganda, Arquitetura, Artes e Antiguidades, Artesanato, Design, Moda, Cinema e Vídeo, Música, Artes Cênicas, Editoração, Softwares de Lazer, Rádio e Televisão. Países desenvolvidos da Europa, bem como nos Estados Unidos, aproximadamente 10% da economia e 8% dos empregos gerados vêm do conjunto de setores da Economia Criativa, considerada a terceira maior indústria desses países, perdendo apenas para Petróleo e Armamentos. “Ela não é muito vista como uma indústria única, mas como um conjunto de fatores. A economia criativa tem a intenção de conseguir, através de ações pontuais e desenvolvidas especialmente aos que não têm condições ou oportunidades na vida, através de incursões em cursos e trabalhos em diversas áreas, desenvolver um potencial criativo e evolutivo”, pontuou Vitor Ivan Pretto Guerra - Presidente do Conselho de Gestão 2013/2017, da Pato Branco Tecnópole.
O princípio da Inteligência Criativa é iniciar tão logo o despertar de aptidões para fazer as crianças acordarem para a vida. Os cursos de pequena duração têm a intenção não tão somente de ensinar, mas de despertar nos alunos alguma vontade. 
"Com oito ou nove dez anos, se começa a formatar na cabeça algum destino. São diversas pequenas iniciativas que desenvolvem na criança a partir de oito anos de idade, as suas aptidões futuras. A intenção disso é a gente buscar num público que está esquecido por todos, que são aquelas crianças que ainda estão em desenvolvimento, ainda não conhecem ou sabem o que vão fazer da vida ou como vão se desenvolver, buscar neles, desenvolver as aptidões que eles só viriam a enxergar com 14 ou 15 anos de idade”, discorreu Vitor Guerra.

Assessoria do Inteligência Criativa da PBTec
Texto: Daiana Pasquim 
Fotos: Lucas Piaceski
Agência PQPK 

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Equilíbrio emocional das famílias e financeiro das escolas em pauta no Sinepe-PR



Índice de alunos em escolas particulares em Pato Branco é altamente mais elevado que do restante do Sudoeste do Paraná: 18,5%

De um lado da balança, as condutas emocionais que fazem com que a pessoa cresça em educação, adquira respeito ao próximo e reconhecimento a si mesmo. Do outro, os investimentos e custos necessários para obter condições e espaço social de desenvolvimento e aprendizagem neste país. Foi esse o equilíbrio que o Sindicado das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe-PR) trouxe a Pato Branco na última quarta-feira (22) e a todas as regionais do Estado nesta última semana, ao levar a dupla de palestras com o psicólogo e mestre em educação Marcos Meier e o engenheiro e presidente do Sinepe-PR, Jacir José Venturi. O encontro em Pato Branco aconteceu no auditório Algemiro Pretto, da Faculdade Mater Dei e foi prestigiado por representantes de todas as escolas particulares de Pato Branco e de algumas escolas da região. Educadores tiveram tanto um panorama sobre as perspectivas econômicas do país para o setor educacional, quanto norteamentos no trato entre família e escola, tão necessários para o bom convívio na comunidade escolar. 
A visão dos educadores é que a configuração atual das famílias acaba obrigando a escola a carregar pesos que antes não precisava resolver. Ao mesmo tempo, a situação macroeconômica do país comprova que vem tempestade pela frente, sem boas perspectivas de crescimento para as escolas particulares, que vivem neste momento o que o Sinepe-PR classifica como “concorrência predatória”, devido ao tempo das rematrículas. Diferente da Capital onde esta “safra” acontece no mês de setembro, o sindicato nota que no interior é um momento adiado para final de outubro e o mês de novembro, quando aconselha que a tendência mais eficaz é as escolas se unam para tentar antecipar o momento de as famílias restabelecerem seus vínculos com a instituição de ensino, para que tenham mais tempo de programar o próximo ano letivo, como já acontece em Curitiba. 
Dados do universo particular: no Paraná há 2.300 escolas privadas da educação infantil ao ensino superior, o que representa uma população de 630 mil alunos. Desses, por sua vez, 164.600 são do Sudoeste, pertencentes ao universo da educação básica (educação infantil ao ensino médio) e 14.210 no ensino superior (8,6% dos alunos de particulares do Estado são da região). 
O índice de alunos em particulares em Pato Branco é altamente mais elevado que do restante do Sudoeste do Paraná: 18,5%. Do total de 19.600 alunos na educação básica, 3.600 estão nas escolas privadas do Sudoeste. Do total de 7.400 alunos das instituições de ensino superior (IES), 3.750 estão em IES particulares na modalidade presencial (57%). Já no índice IES de educação a distância (EaD), os alunos de escola privada somam 97,2%, ou seja, 802 alunos, dos 825 graduandos de EaD.  
O que penaliza a situação da educação privada brasileira é uma distorção: enquanto outros países não cobram impostos dos pais que colocam seus filhos em escolas particulares por compreender que estas famílias desobrigam a nação de prestar uma educação de qualidade, mais que um terço (38%) do que os pais brasileiros pagam em mensalidades são de impostos. Com diferentes reflexões, confira as entrevistas que realizamos com cada qual:  


Parte 2: ENTREVISTA em Psicologia Educacional
Marcos Meier explica como educar e castigar sem ser perverso
Matemático e psicólogo, Marcos Meier é mestre em Educação pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e autor do livro “Desligue isso e vá estudar - orientações práticas para pais”, da Editora Fundamento. 

Por que trazer em discussão “O professor e seu papel junto da família” para as regiões do Estado?
Uma das maiores dificuldades dos professores hoje em dia é a disciplina dos alunos. Hoje em média, cada professor gasta 15 minutos da sua aula mandando o aluno abrir o caderno, ficar quieto, guardar o celular e o notebook, parar de fazer brincadeiras.Até que ele sente e se concentre leva 15 minutos, é muito tempo perdido. Isso não é no início do dia, é toda aula. Tenho conversado com professores no Brasil inteiro e isto vem ocorrendo no país todo. Precisamos achar uma solução para isso. O que temos percebido é que essa criançada que antigamente já vinha para a escola sabendo: com licença, por favor, muito obrigado, desculpe, eu errei. Hoje chega e não sabe. As crianças não dizem isso, têm um comportamento inadequado, não sabem respeitar o colega, não sabem ficar em silêncio e se concentrar. O que precisamos fazer? Dentro de sala de aula, cada professor deve educar essa outra área que antigamente não era da escola. 

Como ajudar os pais a exercer sua autoridade?
O que acontece é que a gente faz um bom trabalho, mas têm pais que não estão sabendo exercer a sua autoridade. O que estamos propondo é que a escola traga as famílias para a escola e as ensine. Vamos falar sobre educação de filhos, sobre os princípios, como desenvolver autonomia e fazer com que uma criança respeite as outras, ame o trabalho, respeite as pessoas. Como fazer isso? A escola sabe, porque nós somos educadores. A gente estuda isso, então vamos ensinar a esses pais que não estão sabendo o que fazer, como fazer. 
Hoje com acesso às novas tecnologias também está havendo um trabalho muito grande, porque não sabem limitar. Muitos não sabem nem lidar com isso. O filho e o adolescente sabe, mas os pais não. É importantíssimo que a gente faça agora uma parceria entre família e escola, pois os objetivos são iguais. Quais são os objetivos da escola? Que a criança aprenda bastante, se torne um cidadão respeitável, com valores e princípios, educado, que tenha conhecimento e saiba os colocar em prática. Quais são os objetivos da família? Os mesmos. Se a gente tem os mesmos objetivos temos que parar de brigar e fazer parcerias para fazer este trabalho da melhor forma com as crianças. Esse é o recado geral.

Quais são as fórmulas para educadores no abordar a criança e quanto a aproximar a família da escola?
Muitos pais dizem: “Não vou em reunião de professor e de escola, porque a gente vai lá e só dão bronca ou uma lista de avisos. E não vão mais. Por que? Porque a reunião em si é desgastante e chata. Também temos que mudar isso e fazer reuniões que tragam conhecimentos aos pais, que eles saiam dizendo: "puxa, valeu a pena ter vindo, nossa, aprendi um jeito legal de colocar limites, um jeito de como castigar sem ser perverso, sem ser ruim, sem diminuir a criança. Eu aprendi coisas boas e vou vir na próxima reunião!". Ela tem que ser voltada para os pais, tem que ser positiva e trazer coisas boas aos pais, daí eles voltam. Agora se for pra dizer: seus filhos estão fazendo muita bagunça, não respeitam os professores, não fazem a lição de casa. Mas e agora? Como eu faço para ele respeitar e estudar de verdade? Preciso que a escola me ensine.

Como educar e castigar os filhos, sem ser perverso?
São várias as dicas. Os pais têm errado muito na hora de trazer castigo. A primeira coisa é que existe uma diferença grande entre erro e transgressão. Erro você nunca pune. Ele acontece porque falta conhecimento, habilidade, coordenação motora, conhecimento de como é que se faz o certo, distração ou falta de técnica. Por exemplo, a criança está almoçando e sem querer, bate no copo, que vira e derrama. Vai castigar a criança? Foi uma distração! Ela não fez de propósito! Ou você manda a criança lavar louça e não ficou legal, mas por quê? Ela foi irresponsável ou não sabia como fazer da melhor forma? Aos erros a gente não traz punição nunca, a gente ensina como fazer certo. É totalmente diferente de transgressão, que é o erro intencional, a criança sabe que não pode fazer, sabe qual é o castigo que vem se fizer e, mesmo assim faz. Já é maldade, é intencional e totalmente diferente. Quando é intencional para causar dor, transgredir uma regra, sabendo qual é a consequência temos que trazer uma punição.

Como punir?
Tem gente que dá mensagens totalmente erradas para a criança. Fica quieto aí, senta e vai ficar pensado. Pensar é castigo? Se você associa pensamento com castigo não é uma boa mensagem. Tem escola que manda aluno de castigo na biblioteca, olha outra mensagem: ler é ruim. Não pode fazer isso. O castigo tem que ter ligação direta com a transgressão. Se a criança não fez três lições de casa, tem pai que diz assim: vai ficar um mês sem televisão. O que a televisão tem a ver com a lição de casa? Nada! Se não fez, o pai deve dizer: senta aí e vai fazer. “Ah pai, mas agora não vale nada”. Azar seu, quem mandou você não fazer? Agora vai fazer mesmo não valendo nota, esse é o seu castigo. Ele tem que ter ligação com a transgressão.

Qual é o limite do castigo?
Temos que ter bom senso no tempo do castigo. Vai ficar sem internet até o final do ano. Quem consegue? Nem a gente não consegue. A criança não dá conta disso. Outra: você não consegue fiscalizar, nem dê esse castigo, dê um mais adequado. Outra dica: converse com o filho antes de uma possível transgressão e combinem o castigo. É impressionante isso, mas é isso que funciona. Se você combinou, está concordando com o castigo e, uma vez concordando, se houver a  transgressão não é o pai que é o carrasco, a mãe que me odeia ou que é maldosa. Eu recebi o castigo porque combinei. Sai esse peso dos pais de castigar, o medo de o filho achar que não o ama mais. Não. Você vai castigar o seu filho porque combinaram isso. O filho precisa aprender que toda transgressão tem uma consequência. 


Parte 3: ENTREVISTA em Realidade Econômica
Presidente Jacir Venturi apela para urgências da macroeconomia brasileira
Educador há 44 anos, ele atualmente é o coordenador do Núcleo de Engenharias da Universidade Positivo, tendo já passado pela Federal do Paraná, cursos Pré-vestibulares e a PUC-PR. Jacir José Venturi é formado em Engenharia Civil e Matemática, especialista em Educação e Engenharia pela UFPR, no segundo mandato de presidência do Sinepe-PR.

Atualmente, quais são as medidas de responsabilidade do professor no processo de educar?
Há muitos anos que venho pelo interior trazendo informações e palestras a nossos gestores de escolas particulares, e temos um compromisso com os professores e entendemos que eles têm que se comprometer com as gestões, pois entendemos que muitas vezes são a fonte de conflitos com a família ou com o aluno. Muitas vezes o professor pode resolver o problema de um aluno que está passando por uma fase difícil em casa e o educador tem essa percepção e proximidade. As vezes tem a questão de problemas familiares mais graves e o aluno cai em desempenho. O professor percebe e tem que estar comprometido, muito ligado, deve haver uma unicidade de voz junto com a direção. É assim que um bom educador tem esse comprometimento com o educando, como também tem com a família. 

Como é o cenário hoje para as escolas particulares e o que se deve vislumbrar de futuro?
Sempre tivemos muito otimismo nos últimos dez anos, pois estávamos num processo de crescimento em matrículas e em investimentos e, portanto, em qualidade de ensino. Temos que buscar qualidade de ensino, pois sem qualidade não sobrevivemos. Nós partimos há dez anos de 12%, ou seja, cada 100 alunos, 12 eram matriculados em escolas privadas. Enquanto que hoje estamos com 18%, com um detalhe importante: nós já tivemos há dez anos 55 milhões de alunos na educação básica. Hoje nós temos 50 milhões. Caiu portanto o número de alunos da educação infantil até o ensino médio. Nós representamos hoje 75% das matriculas no ensino superior: 3/4 das matrículas estão nas IES particulares, tanto no Paraná quanto no Brasil. Representamos evidentemente um total de 5,2 milhões de matrículas no ensino superior no Brasil. 

Em sua palestra mencionou que vem tempestades na macroeconomia brasileira. Por quê?
Estamos diante de uma relação matemática. Não tem como o país sobreviver nessa situação que está hoje. Tem que haver mudança na macroeconomia, porque todos os indicadores econômicos estão num plano inclinado descendente. Tem que haver um governo novo, seja quem for, Aécio ou Dilma, para fazer uma mudança, para conter a inflação, diminuir o nosso endividamento externo que a cada ano vem aumentando, diminuir nosso endividamento interno que está em 2 bilhões de reais. O pior imposto que tem para o pobre é a inflação. O rico e a classe média se protege aplicando o seu dinheiro no banco que sempre paga mais que a inflação. O pobre não tem como se proteger. Não é nem uma questão só de economia, é uma questão humanitária preservar a capacidade de salário de nosso trabalhador. Temos que ter a seguinte perspectiva: se teremos uma contenção forte no crédito: não podemos fazer endividamento pois o juro vai aumentar, não podemos fazer investimentos pesados e, além do mais, 22% do que as famílias recebem estão comprometidos com dívida. E o pior, nunca o índice de inadimplência esteve tão elevado, pois houve muita fartura de crédito, muita facilidade e claro que o povo não tem muita cultura, se endivida e acha que vai dar. Minha Casa, Minha Vida também está em endividamento. Tudo isso tem que ser revisto para o próximo governo, senão as gerações vão pagar um preço muito alto. Passamos por um período de bonança, mas isso não tem como perdurar, todos os indicadores demonstram isso.

Por que no Brasil 1/3 do que os pais que têm filhos em escolas particulares pagam vai para governo?
Quando o pai coloca um filho numa escola particular, para fazer uma conta fácil, se ele paga uma mensalidade de R$ 900,00, ele poderia estar pagando simplesmente R$ 600,00, se não houvessem os tributos. Ou seja, um terço do que o pai paga vai para o governo. Em outros países não se cobra imposto da escola particular, pois o governo entende que se o pai está colocando o filho numa escola particular está desonerando uma obrigação do estado e assim sendo, porque vou penalizar o pai cobrando dele um imposto em cima? Se você tem um filho ou filha em escola particular, evidentemente já paga tantos impostos para ter uma educação de qualidade que seria obrigação da escola pública, ou mesmo paga um plano de saúde porque a saúde pública não é boa, mas você tem que tirar dinheiro do seu salário, apesar de todos os impostos que paga, para adicionalmente ter essa despesa que também vai ser onerada ao colocar o filho numa escola particular, como também vai ser onerado se paga um plano de saúde. Tem imposto em cima também.

O Sinepe-PR tem ido a Brasília brigar por menos impostos?
Claro que o governo não pode, não quer abrir mão, no sentido de fazer um ajuste de que quando o pai coloca o filho numa escola particular, está desobrigando o governo de fazer essa educação. Enxergar, evidentemente que enxerga, mas até porque o governo está deficitário e gastando mais do que recebe. Esse é um pedido que fazemos há gestões, de todas as vezes que fomos a Brasília, para desonerar a escola particular, não em benefício do proprietário porque quando a concorrência é tão forte entre nós, quando isso acontecer, automaticamente as mensalidades vão desabar, vão cair bastante. E outra: o governo não tem essa pressão de oferecer um ensino de qualidade e não consegue. Não que todas as escolas particulares sejam boas, também temos particulares ruins, mas estas com o tempo vão se acabando, pois o pai também não é bobo de pagar uma escola que não tem qualidade de ensino. Temos que preservar a qualidade de ensino pela nossa sobrevivência e porque é o projeto da maioria dos educadores.

Mesmo com todo esse cenário embrulhado, se tiver que fazer cortes de gastos, deve-se preservar a educação?
Foi feita uma pesquisa sobre qual é a prioridade da nova classe média. São 60 milhões que saíram da classe D e vieram para a C, passaram a ter um carro, casa, e colocaram seus filhos em escolas particulares, pois a percepção da família é de que a educação é a segunda prioridade, logo após alimentação. A família deslumbra como uma forma de ascensão social. A melhor forma é pelo trabalho e estudo. Essa percepção está muito clara na população, ter ensino de qualidade para que o filho se forme, tenha um bom emprego e ascensão social. 

Texto: Daiana Pasquim (DRT/PR 5613)/ AC Grupo Mater Dei
Foto: Lucas Piaceski
Assessoria de Comunicação
Agência PQPK


terça-feira, 21 de outubro de 2014

Candidatos do MaterTeste revelam por que querem estudar no Colégio Mater Dei




Sai nesta terça-feira, 21, o resultado dos classificados no MaterTeste 2014, através de Edital no Colégio Mater Dei e na Internet www.colegiomaterdei.com.br. Foram cerca de 500 candidatos, alunos de escolas públicas e particulares de Pato Branco e região, pleiteando a bolsa de estudos do Colégio Mater Dei. São alunos que estudam no 5º, 8º e 9º Anos do Ensino Fundamental e da 2ª Série do Ensino Médio. O Terceirão do Mater Dei é visado em função da sólida preparação para vestibular que oferece. Realizada na manhã de sábado (18), a frente do colégio ficou repleta de pais aguardando seus filhos a realizarem o MaterTeste.
De Chopinzinho, Sandra Bragato, é professora de Geografia, mãe de João Gabriel que prestou MaterTeste para o 1º ano do Ensino Médio e Ana Clara, que tenta ingressar no 6º ano. Além dos filhos, Sandra trouxe dois vizinhos amigos: Vitor e Pedro, ambos tentando ingressar no 1º ano do Ensino Médio. É o primeiro ano de tentativa de seus filhos. "A preparação foi boa, eles se organizaram, a gente conversou na semana não com muito estresse para deixá-los bem tranquilos, pois acho que a ansiedade atrapalha eles. Conversei com meus filhos que é mais uma preparação e mais um teste para as suas vidas, eles têm que ir se acostumando, principalmente o meu filho que está pleiteando o primeiro ano do Ensino Médio". 
Sandra revelou o que motiva trazê-los para tentar entrar no Mater Dei: "é a qualidade, principalmente por eu já ter muitos conhecidos que estudam aqui e falam muitíssimo bem. A seriedade e o compromisso com educação. O adolescente e a criança deve sempre ser desafiada. Não só os desafios que eles gostam, mas os desafios da vida. Eles têm que ser desafiados para isto”, salientou.
O MaterTeste de 2014 registou um recorde de inscrições, segundo afirmou o vice-diretor do Colégio Mater Dei, Fabricio Pretto Guerra. “Ficamos surpresos com a quantidade de alunos que se inscreveram para a prova e felizes com a credibilidade que os pais sentem da escola. O aluno que conseguir aprovação no MaterTeste tem uma oportunidade na vida para ele e sua família guardarem para sempre. Muitos alunos não teriam condições de estudar numa escola particular e, além de eles poderem frequentar a escola particular como bolsistas, ainda têm todos os benefícios do ProUni, FIES, entre outros, posteriormente. É muito vantajoso”, discorreu. 
Fabricio pondera as dimensões sociais que a bolsa Mater Dei oportuniza. “Percebemos que, principalmente os alunos de escola pública que conseguem ganhar a bolsa, se adaptam muito bem ao ambiente Mater Dei. Depois que o aluno ganhou a bolsa a gente acompanha junto com a família seu rendimento escolar. Se ele conseguir ter um rendimento satisfatório, mantém a bolsa para os próximos anos. O Mater Dei sempre esteve envolvido em ações que pudessem aproximar a escola da comunidade para dar oportunidades a pessoas que não teriam a chance de ingressarem no Mater Dei. É um trabalho de responsabilidade social importante que a escola realiza”, finalizou.


Impressão de alguns candidatos após realizar a prova em 2014
A prova foi mais simples do que eu pensava, foi a primeira vez que tentei entrar na escola desta maneira diferenciada. Foi mais difícil em Química e Física. Confio que fui mais ou menos bem. 
Guilherme Mateus Silvério, aluno da Escola Shekiná de Pato Branco

Achei a prova tranquila, já tinha feito outros anos e estava acostumada com esse ritmo de simulado do colégio, estava esperando que fosse assim. Fiz para o 1º ano, mas aí acabei ingressando como aluna normal. Agora, para o Terceirão, estou tentando a bolsa novamente. O que mais quero, é continuar no Mater Dei. 
Eloise Bertol, 16, aluna do Colégio Mater Dei

Teve umas que foi meio fácil e outras mais difíceis. Gostei da prova de Matemática. Quero entrar no Mater Dei porque é uma escola boa e meus pais me inscreveram. Gostei de estar aqui fazendo a prova.
Nicolas Volpato, 9, aluno da Escola Municipal José Bonifácio de Vitorino

A prova foi normal, eu estava tranquilo para responder. Foi o meu 1º MaterTeste e esta é a melhor escola da região, desde pequeno, eu só quero Mater Dei.
Gabriel Hack, 14, aluno da Escola Alfa Ludi de São João

Foi legal, não tão difícil como esperava. Para mim, a prova de História foi mais tranquila e a de Química foi a mais difícil. Quero fazer o curso de Sistemas e acho que fui bem na de Matemática. Espero que eu passe. Foi o meu primeiro MaterTeste. A mãe contactou e resolvi fazer, eu mesmo me inscrevi. Tudo que vi na prova já tinha conhecimento.
Bruno Silvestre, 15, aluno do Colégio Estadual Agostinho Pereira de Pato Branco

Esta é a primeira vez que faço. Achei difícil Química e Física, o resto, História, Geografia, Matemática e Português estava fácil. A minha mãe me trouxe e da minha sala, veio mais quatro meninas, mas fizemos o teste em salas diferentes. Vim fazer a prova para testar maus conhecimentos. 
Yamuna Ostapiv, 13, aluna do Colégio Estadual La Salle

Texto: Daiana Pasquim (DRT/PR 5613)/ AC Grupo Mater Dei
Foto: Lucas Piaceski
Assessoria de Comunicação
Agência PQPK


PBTEC abre aulas do Inteligência Criativa com 12 turmas, em três oficinas




Começam na próxima terça-feira, 28 de outubro, as aulas do projeto Inteligência Criativa da Pato Branco Tecnópole (PBTec), oferecendo três títulos de oficinas: Desenho, Jogos e Mídias Digitais e Fotografia. Com turmas de dez alunos cada, de oito a 16 anos, a abertura  do curso será marcada com quatro turmas de cada oficina, com uma leva de 120 alunos. Participam crianças e adolescentes de todas as escolas municipais e estaduais, a critério de escolha e inscrição realizadas pelas próprias Secretaria Municipal de Educação e do Núcleo Regional de Educação, sendo que coube às diretoras e coordenadoras de escolas escolher os alunos a participar.
O projeto Inteligência Criativa prevê que sejam ao todo realizadas 16 oficinas de cada curso. 
Esta é a primeira fase do curso, com quatro oficinas. A segunda fase será a partir de fevereiro de 2015, com a previsão de 12 oficinas sendo realizadas ao longo do próximo ano.
Para cada oficina, serão oito horas de aula e duas de avaliação. 
Haverá turmas fazendo o curso pela manhã (alunos de oito a 11 anos) e a tarde (alunos de 12 a 16 anos), sempre em contra-turno escolar. As oficinas de Desenho serão às terças e quartas-feiras. De Jogos e Mídias Digitais acontecem nas quintas e, de Fotografia, nas sextas-feiras.
O Laboratório de Inteligência Criativa fica no segundo andar da Biblioteca Pública Helena Braun, de Pato Branco, junto ao Centro Cultural Raul Juglair, em convênio firmado com o município. A inauguração do espaço aconteceu em 3 de setembro, quando todos puderam verificar que as aulas contarão com impressora 3D, Impressora Fotográfica, câmeras fotográficas Fujifilm e computadores, que serão ferramentas de inovação e invenção.
Presidente do Conselho de Administração da PBTec, Vitor Guerra afirma que a equipe do Inteligência Criativa se programou muito para que este curso pudesse começar. "Demoramos para iniciar em virtude do local e estamos bastante empolgado sde que o curso realmente decole, contando com a colaboração das diretoras da escolas e da chefe da secretaria que é a base de todo o trabalho. Essa juventude precisa de direcionamento. O que a gente vê muito hoje em dia são os jovens de 14 anos perdidos e, somente nessa idade, se começa a pensar no futuro. Se conseguimos antecipar esse pensar aos alunos, a gente ganha em tempo e em desenvolvimento". 

Economia Criativa
A Economia Criativa atende a 13 grandes áreas: Propaganda, Arquitetura, Artes e Antiguidades, Artesanato, Design, Moda, Cinema e Vídeo, Música, Artes Cênicas, Editoração, Softwares de Lazer, Rádio e Televisão. Países desenvolvidos da Europa, bem como nos Estados Unidos, aproximadamente 10% da economia e 8% dos empregos gerados vêm do conjunto de setores da Economia Criativa, considerada a terceira maior indústria desses países, perdendo apenas para Petróleo e Armamentos. “Ela não é muito vista como uma indústria única, mas como um conjunto de fatores. A economia criativa tem a intenção de conseguir, através de ações pontuais e desenvolvidas especialmente aos que não têm condições ou oportunidades na vida, através de incursões em cursos e trabalhos em diversas áreas, desenvolver um potencial criativo e evolutivo”, pontuou Vitor Guerra.
O princípio da Inteligência Criativa é iniciar tão logo o despertar de aptidões para fazer as crianças acordarem para a vida. Os cursos de pequena duração têm a intenção não tão somente de ensinar, mas de despertar nos alunos alguma vontade.



Oficinas Professores Dia da Semana
Desenho Reinoldo Klein Neto Terça e quarta-feira
Jogos e Mídias Digitais Anderson Fernandes Quinta-feira 
Fotografia Lucas Piaceski Sexta-feira


Texto: Daiana Pasquim (DRT/PR 5613) - Fotos: Lucas Piaceski
Agência PQPK
Assessoria de Comunicação do Projeto Economia Criativa da PBTEC

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

ENTREVISTA PERFIL: Luciano Pires


Entrevista realizada pela jornalista Daiana Pasquim, com captação de imagens de Lucas Piaceski, na noite de quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Aos 58 anos de idade consigo fazer aquilo que eu sonhava e queria aos 17

"Durante esse tempo, passei por um outro estágio. Não tenho dúvida nenhuma de que tudo aquilo que aprendi no mundo corporativo foi o que me deu estabilidade para poder hoje executar este meu trabalho"


Perseverança e fonte de juventude para conseguir negociar consigo mesmo o momento mais oportuno de realizar os seus sonhos impulsivos. Essa é uma lição de vida que o comunicador, cartunista e escritor Luciano Pires transmite por onde passa. Visitando o Sudoeste do Paraná nesta quarta-feira (15), ele não fez apenas a palestra de abertura do Empreende Sudoeste Tecsul Enasul, contando a história “Meu Everest, uma lição de Empreendedorismo” aproveitou para tomar do município suas impressões. Em sua Fan Page, postou na tarde de quarta: “Estou em Pato Branco, na região Sudoeste do Paraná. Pato Branco é um Município que adotou a inovação e o empreendedorismo para se desenvolver. Com 77 mil habitantes, a cidade está próxima da divisa com Santa Catarina e cerca de 100 quilômetros da Argentina, numa posição estratégica no Mercosul”. E emendou, em seguida, com outro post irreverente: "Em Pato Branco, o fantástico X-Polenta do Patô Lanches. Vc não tem ideia do que é! Em vez do pão, polenta. O recheio é queijos, rúcula, tomate, calabresa e bacon... Sai da frente”. 
De forte senso de humor e sorriso aberto de simpatia, locução clara e impostação de voz que convence, Luciano Pires esteve à frente de uma plateia, na Sociedade Rural, formada em grande maioria por acadêmicos de diversos cursos superiores da região, entre eles, Administração, Marketing, Agronegócio e Sistemas de Informação, da Faculdade Mater Dei. Lá, passou uma mensagem que vai além de simplesmente mencionar possibilidades. Traz na bagagem as experiências aguerridas de superar um desafio em si mesmo. O livro “Meu Everest”, transformado em palestra, já está na 6ª edição revista e ampliada e é considerado a melhor obra de trekking já escrita em língua portuguesa. Isto porque, na viagem, além das exímias descrições culturais e de cenário, narra as sensações do desafio físico e mental completamente fora dos padrões em que estava acostumado. Além disso, a obra dispõe de suas próprias fotos e é riquíssima em ilustrações e charges, criadas pela veia crítico-literária de Luciano Pires - aquela que ele adormeceu por volta dos 20 anos e despertou próximo aos 40 para ser um novo homem.
Nesta entrevista concedida minutos antes de subir ao palco, Luciano Pires afirma abertamente que o Brasil é um país difícil de se viver, mas ser empreendedor tem como vantagem você não saber onde estará amanhã, daí que vem o maravilhoso, pois pode se fazer tudo o que se desejar.  Acompanhe suas mensagens de experiência:

Você é um profissional que roda o país levando provocações. Vindo ao Sudoeste do Paraná para falar a acadêmicos e empreendedores, quais provocações você traz aqui nesta primeira noite do Empreende Sudoeste?
São várias. Vou contar uma experiência pessoal e bastante divertida, coloquei em minha frente um objetivo praticamente impossível de realizar e fui fazer. Realizei meu sonho antigo, que quando trazemos para o ambiente do empreendedorismo tem tudo a ver.  Conto a história que tem a ver com a capacidade de transformar alguma coisa que é irreal em realidade, através de planejamento, criatividade e tudo o mais. É uma história divertida, mas quando o pessoal me contou o que é o Empreende Sudoeste, logo veio à tona a ideia de fazer uma provocação desse tipo para tirar o pessoal da cadeira. 
O que é o empreendedor? É o cara que, tudo que faz é sair fora da zona de conforto. É sair fora da zona de indiferença. É alguém que joga e aposta em coisas que muita gente diz que não vai dar certo. O sujeito tem o seu emprego regular, trabalha direitinho e um belo dia resolve largar o emprego para montar o seu próprio negócio. Todo mundo vai chama-lo de louco. Isso é assim, porque a sociedade é assim. Quem se rende a essa colocação de medo da sociedade não faz nada para fazer acontecer. Vou hoje fazer uma provocação: pare de ouvir aqueles que dizem que não dá para fazer, monte o seu plano e vá atrás que você vai conseguir realizar! Vai quebrar a cara, vai dar errado, mas se você for uma pessoa que não se conforma, são essas que mudam o mundo.

Faz mais de dez anos que você se propôs a encontrar o seu Everest, foi até o Campo Base, realizando a viagem ao Nepal e toda a preparação. O que mudou em sua visão de mundo nestes últimos dez anos desde que você saiu do mundo corporativo para tomar o rumo da sua vida?
Mudou tudo. Quando eu fui pra lá era diretor de uma multinacional de autopeças. Tinha mais de quarenta anos de idade, um belíssimo salário de diretor multinacional, uma grande estabilidade. Quando voltei da viagem decidi que ia começar fazer minha transição. Fiquei mais oito anos na empresa e hoje sou dono do meu próprio negócio. Montei minha própria empresa num segmento de atuação que é dificílimo. Eu trabalho vendendo cultura. Meu negócio é escrever livros, revistas, artigos, fazer palestras e vídeos pela internet, num mercado que está nascendo e que é muito difícil de valorizar. Eu saio do meu terno e gravata, de um emprego com carteira assinada para me aventurar como um executivo do meu próprio negócio. Não tenho segurança nenhuma, se eu não trabalhar hoje não compro o almoço de amanhã, e estou jogado neste mundo maluco que é o mundo do empreendedor brasileiro, o que me deu a visão do outro lado do balcão. A visão de como é que alguém que quer fazer acontecer pode conseguir, sem ter o suporte de uma grande empresa? Sem ter um salário certo todo mês? Isso me trouxe uma visão do Brasil que é uma loucura, pois a gente vai lá fora, vê como é lá, vem pra cá e vê essa bagunça generalizada que é o Brasil e sabe que a gente aqui tem que trabalhar dobrado. O Brasileiro tem que se esforçar dobrado para fazer o que um americano faz e ter a chance que um japonês faz lá fora. E mesmo assim, a gente consegue fazer. A visão que eu tenho é o Brasil é um país abençoado. O dia que a gente resolver “as porcariazinhas”que temos para resolver, ninguém segura esse país.

Com 20 anos, você já era cartunista, já era um comunicador e tinha o sonho de escrever livros, como de fato publicou vários, contudo se viu numa situação da dificuldade de sobreviver de sua arte e acabou entrando no mundo corporativo. Falando para acadêmicos que estão no momento de sonho, o que fica de mensagem dessa fase de conflito entre o que eu quero fazer e o que vou conseguir fazer?
Essa é a coisa do sonho. Vou contar para eles a história de que a minha vida é uma parábola. Tenho aquele sonho todo da juventude e quando caio num mundo, caio na real de que estou maduro, me formei e preciso me sustentar, casei, tenho família e não posso mais brincar, ficou séria a coisa. Faço uma parábola e dou uma volta, entro nesse mundo corporativo e fiquei 26 anos como um executivo de multinacional, mas não estava ruim. Eu estava me divertindo lá dentro, pois estava na área de comunicação que é a minha área. Não estava fazendo meus cartoons nem escrevendo meus livros, mas estava numa área que me ajudou a crescer bastante. Quando cheguei no momento lá na frente que vi condições de retomar os sonhos lá de traz eu voltei. Hoje, aos 58 anos de idade consigo fazer aquilo que eu sonhava e queria aos 17. Durante esse tempo, passei por um outro estágio. Não tenho dúvida nenhuma de que tudo aquilo que aprendi no mundo corporativo foi o que me deu estabilidade para poder hoje executar este meu trabalho. A mensagem que vou passar para essa molecada é a seguinte: cuidado ao tentar abraçar o seu sonho e tentar realizá-lo aos 22 anos de idade. Não dá. De cada um que realiza, tem 2 milhões que não conseguem fazer. Você vai ter que fazer uma série de concessões, abrir mão de uma série de sonhos por algum tempo para crescer, amadurecer, aprender a ter uma visão crítica do mundo, guardar um dinheirinho e ganhar coragem, estabilidade e segurança para poder dar o seu salto lá na frente. Não sei se vai ser aos 30, 40 ou 50 anos. O meu salto, dei com 52, faz seis anos. E se você me perguntar onde estarei há dez anos, não tenho a menor ideia. O que para mim é fascinante, pois significa que posso ir onde eu quiser. Mas houve todo um trabalho, anos e anos de esforço que é o que venho contar aqui. Pegar um sonho e sair correndo feito um louco atrás dele é grande a possibilidade de quebrar a cara. Mas estabelecer uma data, dizer: com 40 anos de idade quero estar assim, comece trabalhar aos 17, pois fica muito mais fácil chegar lá. 

Assessoria de Comunicação (AC) Grupo Mater Dei
Entrevista e texto: Daiana Pasquim (DRT/PR 5613)
Fotos: Lucas Piaceski - Agência PQPK
https://www.facebook.com/agenciapqpk

No livro que compramos, ele autografou: "Queridos Daiana e Lucas. Vão atrás de seus sonhos! Namastê. Luciano Pires"