sábado, 14 de abril de 2018

Relato de Parto: (re)nasce a mãe Daiana e nasce Aurora Diana

Foto: Angela Zolet Palma/ Vogal Foto.Amor


Relato de Parto: nasce a Daiana mãe
Vivo as emoções de ser mãe de menino há quase dez anos, desde a descoberta da chegada do Lucas, com a revelação do sexo por volta do quarto mês de gestação. Desde então tudo são delícias de ter esta conexão tão intensa de ser o lado feminino de um ser masculino que gerei em meu ventre. Do parto do Lucas, ao longo dos anos, foi ficando aquela certeza de que ele poderia ter sido natural, como eu me preparei naquela juventude inteira, mas na hora H ouvi que tinha parado de dilatar e, sem a força e apoio inerentes a esta experiência sexual que é o nascimento, passei por uma cesárea com 39 semanas e 1 dia de gestação. Sua DPP chegava a dar para 7 de setembro, meu aniversário, e concretizou-se como meu presente antecipado em dez dias, em 28/08/2008. Não só pelos números, mas nossa relação tem sido cabalística em todo o seu desenvolvimento, inclusive pelo fato de por volta dos cinco começar a me pedir tanto um(a)  irmãozinho(a). A gravidez da Aurora oportunizou uma avalanche de emoções em nossa família: laços ainda mais estreitados, novos conhecimentos sobre meu corpo, a gestação, a relação em casal e a formação da bebê extremamente conectada à mãe. Acendeu nesta mulher a necessidade de um VBAC (Vaginal Birth After Cesarean), para o qual meu marido Lucas e eu nos preparamos mergulhando profundamente em leituras, em conversas longas com nossa doula Denize Penteado, em meditação guiada MindFullness, em treinos de movimentos em casa e na visualização deste parto vaginal tão aguardado que poderia ser vivido intensamente por nós dois. Crescemos na gestação suavemente e tudo ia perfeitamente bem conforme o programado, até a 32ª semana, na consulta pré-Natal que identificou a pressão arterial em 15 por 10. Nossas estruturas se abalaram um pouco, comecei a tomar medicação para controle e tive ordens médicas de me afastar de tudo que causava estresse ou pressão - causas possíveis do descontrole, com bateria de exames normais e descartando pré-eclâmpsia. Tentei deixar este descontrole como um segredo baixinho, sem espalhar nem mesmo para a família, pois quanto mais pessoas soubessem maior poderia ser a "pressão" de ter uma PA bem controlada. A esta altura meu amado estava expert em cuidar de nós, aferindo até quatro vezes ao dia e repassando a tabela para a dra Juliana Petry, que me tranquilizou: "se mantivermos controlada e tudo continuar bem, você vai ter o seu parto humanizado como sempre sonhou, da mesma forma". Eu me agarrava a isto, mas já começava a saber que algo poderia apagar esta luz no fim do túnel. E de fato, um apagão ocorreu na consulta da 34ª semana+5 dias, num pico de estresse, em que cheguei ao pré-Natal com 18 por 12 de PA, com intensa dor de cabeça e na nuca. O drama estendeu-se do consultório direto para o internamento, no qual fomos conduzidos ao pré-parto para realizar o cardiotoco - 1º de minha história como mãe que deu o prazer de ouvir nossa menina por 20 minutos seguidos e registrar todos os seus intensos movimentos para mostrar o que eu no fundo já tinha certeza: estava tudo bem com ela; monitoramento constante de PA - que me angustiavam a cada três minutos em que o aparelho inflava, não só pela torcida em ver baixar com a medicação na veia, como pelo estresse que causou ao meu nervo mediano, já sofrido a esta altura da gestação devido à minha lesão no túnel do carpo que piorou muito ao longo das semanas, causando formigamentos e inchaços nos dez dedos e mãos; medicação na veia e coletas de exames. Foi ali no pré-parto que Lucas e eu conhecemos o clima da sala que procurávamos visitar na meditação guiada quando pensávamos no nascimento, que ouvimos a vocalização das ondas uterinas que traziam os bebês cada vez mais próximos aos braços de suas mães e que ouvimos o primeiro choro de alguns seres saindo misturados a estas vocalizações em seus agudos mais intensos, escorrendo lágrimas em nossos olhos e mais uma vez imaginando como seria quando chegasse "a nossa hora", porque com todas as auscultas com doppler e a minha pressão controlando para 13 por 9 naquele entardecer, ouvimos da dra Ju que como a Aurora estava formadinha e perfeita, tudo que viesse dali pra diante era lucro. Com isto em mente, vivemos três difíceis dias de internamento, ganhando alta com 35 semanas e um retorno para casa com ainda mais recolhimento, pedidos de exames e muita curtição na barriga que crescia e nos correspondia cada dia mais.

Relato de Parto: nasce Aurora Diana
O primeiro nascimento da Aurora foi em Mindfullness, no projeto Preparação para o Parto que a nossa doula Denize Penteado mantêm todas as terças-feiras, das 18h30 às 20h em sua clínica. Frequentamos desde a 16ª semana de gestação e tivemos o privilégio de visualizar, num encontro VIP temperado com lágrimas mornas, meu útero se entregando em ondas, meu períneo se abrindo como uma flor, pétala e pétala, e ela escorregando para os nossos braços quentinha, rosada, nós impregnados de ocitocina e tendo um Contato Primal intenso de mais uma hora, em que ela viria direto para o meu peito e fitaria a mim e ao seu pai, abocanhando o colostro com aquele olhar vivo ao qual os bebês de parto ativo nascem. Esta experiência suave e profunda regada a respiração foi essencial para internalizar esta mãe que subia de level nos patamares de entrega. Aprendi a ver o parto como o ápice da vida sexual de um casal - pais devem viver este momento juntos; o ápice da vida sexual de uma mulher, pois seu útero jamais se abrirá tanto assim em outra oportunidade na vida (para tantas mulheres da sociedade moderna pode ser uma oportunidade única). Felizmente tenho com o Lucas este desejo intenso de coroar o nosso amor nesta filha - desejamos a gestação, nos surpreendemos loucamente com a descoberta "daquele sanduichinho", pronunciou o dr. João Petry e o mundo tornou-se rosa da manhã para a tarde, completando nosso projeto de família com um casal de rebentos para chamar de seu.
O segundo nascimento da Aurora veio com tintas, traços, florzinhas na cabeça e um solzinho representando a placenta, para enaltecer o significado de seu nome. O projeto de pintura na barriga é algo tão carinhoso que as doulas fazem conosco e recebemos prazerosamente a Denize naquela noite de sexta-feira para não apenas materializar a Aurora em contornos em minha barriga, mas também repassar técnicas naturais de alívio da dor, posições de massagem que o Lucas faria em mim na primeira etapa de nosso trabalho de parto em casa, as essências que a Dê poderia usar para trazer aromas e conforto à sala, rebozo, TENS, enfim, todos os encantos de sua mala de doula que vem recheada de carinho - cabe tanta coisa como aquela bolsinha da Hermione em Harry Potter, porque doula é meio bruxa também, nos melhores de todos os sentidos. Vivemos a gestação com a Dê aprimorando muito nossas mentes e corpos - não mencionei ali em cima que no projeto das terças tem exercícios para o períneo, informação e tira-dúvidas, construímos suavemente nosso "casulo de calma", reprogramamos nossos pensamentos, olhamos a vida de forma diferente. Juntos, sempre juntos! A Dê nos deixou em paz por volta das 22h daquela sexta-feira, com 36s+2d.
Abri os olhos às 8h daquele sábado 24 de março com uma intensa vontade de ir ao banheiro. Ainda na cama, a barriga contraía bastante, com as Braxton Hicks dando frequentemente o ar da graça nas últimas duas ou três semanas. A barriga ficava toda dura por cerca de uns 30 segundos, indolor a não ser pela certeza de que as coisas estavam verdadeiramente mudando dentro de mim. O café da manhã foi feliz da partilha entre Lucas e eu de que, definitivamente, meu corpo começava a mudar, já que a DPP 18/04 ficava cada vez mais próxima e o meu maior pedido interno era de um trabalho de parto suave, com meu corpo se abrindo como uma flor vagarosamente, sem grandes impactos em minha pressão arterial que prejudicassem de qualquer forma aquele processo natural e ativo que desejávamos para acolher nossa filha neste mundo. Era o dia do "Chá de Beber da Aurora", eu realmente queria que o Lucas passasse um tempo com os meninos, já que nas últimas semanas estava se dedicando tanto a nós. E eu precisava de um tempo comigo mesma, para escrever a carta de despedida de minha barriga, que logo se iria. A mala da Aurora estava prontinha e revisada pela Dê na noite anterior. Fomos à farmácia juntos por volta das 15h30 e comprei todos os itens possíveis que uma puérpera precisa:  lingerie descartável, absorvente para seios, etc. Lucas saiu de casa às 17h, logo fechei também minha mala com pijamas e produtos de higiene e sentei na cama para me despedir da barriga. Escrevi como boa jornalista cinco meias páginas com várias contrações "monstro" - nunca tinha visto a barriga tão grande e fiz fotos-, dei o ponto final às 17h57, senti um calor descendo por meu ventre. Levantei rápido e em frente a porta do banheiro começou a escorrer pelas pernas: sangue. Seria o meu tampão começando a sair? De dentro do box liguei pra Dê. Já havia comunicado a ela as mudanças em meu corpo durante o dia e então aconselhou ligar pra médica. A dra Ju me pediu para deitar e observar se o sangramento parava. Lukinhas deitou-se ao meu lado e juntos abrimos a caixinha de mensagens escritas no Chá de Bênçãos da Aurora, feito em 03/03 quando das 33semanas (cabalístico?), lendo juntos as carinhosas linhas de minhas amigas e familiares. Notei que a barriga se comportava diferente, não sentia minha filha como antes, pedi conselhos à Dê, que me recomendou comer. Na cozinha, desceu três ameixas secas e tive novamente que correr ao banheiro. De lá, minha audição começou a sumir, abri o Whats e informei com brevidade às 19h40: Absorvente cheio. A dor tá aumentando. Acho que vou ter que chamar o Lucas. Pressão caindo, sinto isto. Chama ele pra mim. Vem você aqui. Vou precisar de ajuda. Estou escutando ao longe. E tá saindo mais líquido quente. Dê pergunta: "sangue ou bolsa?" Eu: acho que sangue. Dê: Vou ligar para o Lucas e tb já vou.
O drama só crescia e a dor somatizava. Tudo que eu conseguia fazer era me inclinar para a frente em cada contração - como tinha aprendido no treinamento para alívio da dor - e Lukinhas me trazia travesseiros para me acomodar no banheiro, algo muito quente saia de mim, seria a bolsa estourando? A noite já caia funda e chovia intensamente. Em três minutos escutara a frenagem dos pneus em frente a casa e o Lucas veio me acolher no banheiro. No olhar a possibilidade: havia chegado a hora de nossa filha chegar!? Ele me colocou na bola de pilates sobre uma toalha e tudo que eu conseguia fazer para interromper os infinitos era me inclinar para a frente e vocalizar Aaaaaaaaaaaaaa, como ajudava a passar por cada onda. Lucas me abraçava, me abanava, Aaaaaaaaaaa, senti o abraço quente da Dê por trás de minhas costas, Lucas comunicou a dra Ju: "Acho que ela está em trabalho de parto". Aaaaaaaaaaa. A Dê me olhou nos olhos e disse: "Vamos para o hospital, pois está evoluindo muito rápido". Eu: mas e se não for, eu não quero ficar internada por dias, quero viver este começo em casa! O sonho balançou. E eu pedi: me traz aquele vestido roxo. Ela passa a mão nas malas e com o Lucas, me acomoda no carro sobre outra toalha de banho. Da chuva e noite, nunca vi meu amor cruzar a Tocantins com tanta agilidade. Aaaaaaaaaa pegamos todos os sinais fechados, Aaaaaaaaaa ele buzinava, ligava o alerta e cruzava como uma ambulância verde sem sirene. Aaaaaaaaa ao pronto socorro do HSL veio a enfermeira com cadeira de rodas, eu me recusei a sentar, seria muito mais difícil suportar a dor passivamente. No pré-parto Aaaaaaaaa é você, que bom!, disse pra enfermeira Vero. Fui arrancando o vestido e o top, ela com o doppler ouviu Aurora, me fez um toque e sanguei ainda mais. Desmaiei. Pedi água. Vesti a roupa de Pré-Parto e mudamos de sala, chegou o dr. Petry, auscultou a Aurora que estava ativa e fez novo toque: está com 2cm de dilatação. Aaaaaaaa neste momento a Dê soprou em meu ouvido: "Dai, acho que vai ter que ser cesárea"... e um forte vento fez as minhas paredes mentais voarem como naqueles espirais intermináveis construídos por Kafka. E o meu parto... ia voando o pensamento... Aaaaaaaaaa chegou a dra Ju, ouviu Aurora, 125bpm, novo toque Aaaaaaaaaaa. "É descolamento de placenta, temos que fazer cesárea de emergência". Peguei em sua mão e deixando as lágrimas rolarem implorei: "Só salve a minha filha dra, faça o que precisar fazer!". Ela assentiu com ternura. Em um minuto minha veia estava calibrosamente pulsionada, caminhava para o centro cirúrgico amparada pelo Lucas e pela Dê, desmaiei novamente com pressão baixa. Ironia né. Na mesa cirúrgica os campos foram agilmente preparados e um suspiro de alívio tive ao olhar para o lado direito e ver o pediatra: Dr. Rodrigo Berlatto, que bom que é vc, dr., que vai receber a nossa filha! Ele me sorriu e disse: Ah, é você! Logo vou aí para conversarmos. Já me vi na posição para receber a raquidiana. Lucas ligou nossa playlist selecionada ao longo dos meses e eu reclamava da intensa luz em meus olhos. (Eu queria um parto suave, com nossas músicas, luzes baixas, cheiros e harmonia) Lucas protegia meus olhos e me abanava com o leque rosa da Dê. Da anestesia para o nascimento da Aurora foram apenas três minutos: 21h18 ela veio a este mundo pesando 2.310 gramas e 45,5 cm. Não ouvi nenhum choro, não pude receber minha filha no peito. Olhei para a Dê inquisidora: "Ela já nasceu!? Eu nem ouvi chorar! Ela nasceu mal!?" Lágrimas rolando... a Dê afirmou que sim, ela havia nascido, mas fraquinha, e já estavam cuidando dela. Me fez zoom na tela do celular e vi uma bebezinha rosa, repleta de vérnix, numa mesa repleta de campos cirúrgicos. Felizmente, o Lucas logo foi chamado para junto do pediatra, poderia estar com a nossa filha. A minha maior sorte do mundo era ter uma doula, porque tudo que eu mais queria era que cada instante de vida da nossa filha (longe dos meus braços) fosse acompanhada por ele. Li muito sobre contato primal durante a gestação e sonhava com aquele olho no olho fixo e intenso, ela quentinha acolhida em meu peito, Lucas com a cabeça sobre os meus ombros, ela poderia fitar profundamente a nós dois e descobrir o casal que mais a ama no mundo e que por ela fará de tudo nesta vida. Todo o quente que sentia eram minhas lágrimas rolando e o carinho das palavras da Dê, que ficou ali na minha cabeceira de centro cirúrgico todo o tempo, confabulando comigo o porquê foi importante ter esta brilhante cesárea humanizada, que os planos nem sempre se concretizam como sonhamos, mas acontecem da forma mais viável – pois toda mãe e todo bebê têm o parto que precisam! E eu respirava aliviada, porque minha filha havia nascido, recebia cuidados, meu corpo não representava mais um perigo diretamente nem a ela nem a mim, devido ao trabalho que estava sendo finalizado pelo dr. Petry e pela dra Ju, que veio falar comigo e reiterar que tudo tinha corrido bem, apesar do descolamento de placenta pela súbita elevação de PA e da emergência. Recebi mais que atendimento e a minha filha salva no mundo, recebi carinho! Vi a Aurora pela primeira vez da tela do celular da Denize, que por alguns instantes trocou de lugar com o Lucas, enchendo meu coração de calor. – Meu Deus, ela é linda! Que linda!!, rolavam lágrimas. Olhos abertos, rostinho inchado, aquela pele clara contrastava de uma forma tocante com as roupinhas rosas. Veio o pediatra, explicou a gravidade, que ela havia ingerido sangue e por isto passou por aspiração, mas que estava apenas no oxigênio e berço aquecido em observação, até às 23h. Denize e eu descemos para o quarto, fui encontrando pelo caminho rostos conhecidos que me traziam alívio. No quarto, antes mesmo do que esperava, Lucas entrava com ela em seus braços, beijando, já um pai tão prático em carregar a sua filha, vi que a intimidade entre eles era linda e louvei a Deus por tudo ter dado certo. Pude finalmente beijar a minha filha, sentir seu calor e passar o meu para ela, oferecer meu colostro, sentir seu cheirinho, e o mundo voltava para os eixos novamente. Tive a melhor cesárea humanizada que jamais sonhei! Ser mãe de menina é recompensador, é voltar no tempo em que você nem mais se lembra, é revigorar-se como menina-moça e mulher.

O crédito de todas estas fotos incríveis é da amiga e superprofissional Angela Zolet Palma, da Vogal Foto.Amor









quinta-feira, 12 de abril de 2018

SEXTA-FEIRA 13 Suspense "Trabalhadores de Ferro" faz chover em cenário e tem criatura de 2,50 metros




Curta do diretor pato-branquense Lucas Piaceski terá duas únicas exibições abertas ao público, no Cinemax Pato Branco

Filme produzido com a intenção exclusiva de participar do circuito de festivais nacionais e internacionais, o curta-metragem "Trabalhadores de Ferro" foi escrito e dirigido pelo pato-branquense Lucas Piaceski e filmado inteiramente em Pato Branco. Mas como toda obra independente que conta com vários colaboradores, surgiu a oportunidade de realizar duas únicas exibições para prestigiar a todos que colaboraram direta ou indiretamente e também dar veias à cultura local, já que se criou intensa expectativa sobre a obra. Nas duas últimas semanas, a imprensa pato-branquense deu vozes à história de suspense com roteiro simples e de fácil identificação, que conta a jornada de um soldador.
Na divulgação da Fanpage do curta se apresenta o enredo com a máxima: "se olharmos em volta, parece que todos estão fazendo o que amam". Pessoas documentando suas viagens no Instagram; estrelas de cinema trabalhando em projetos dos sonhos com recursos ilimitados. "No entanto, o outro lado é sempre invisível. Às vezes, pessoas que trabalham em chão de fábrica têm um sonho longe dali. Talvez ser músico, pintor, inventor ou o que quer que seja. Estas pessoas, na maioria dos casos, atrasam este sonho por tempo indeterminado, e isso acaba se tornando apenas uma lembrança no passado", problematiza o diretor, revelando que "'Trabalhadores de Ferro' é justamente sobre a luta de um trabalhador que quer mudar e ir atrás de algo maior. O tema ressoa muito com minha própria jornada, por isso quis fazer um filme sobre o assunto".
A jornada mencionada vem da necessidade de externar uma história pensando em algo maior; um roteiro de longa que vem sendo escrito há dois anos. Isto porque Piaceski estuda na Academy of Art University (AAU), em San Francisco, na Califórnia e relaciona-se com professores que trabalharam em Game of Thrones, Stranger Things, Disney, Pixar e em colaboração com grandes diretores como Steven Spielberg. "A produção de um curta-metragem torna-se mais um passo a caminho deste objetivo maior que é trabalhar intensivamente na indústria cinematografica", projetou.
Escrever e dirigir curta-metragens tem sido degraus alçados por ele para alcançar seu objetivo. Em 2016, lançou "The Savage" (O Selvagem), curta de quase cinco minutos gerado em projeto final da disciplina de Cinematic Storytelling e sagrou-se vencedor, na AAU, do Flashpoint Film Festival San Francisco - CA, além de no Brasil, finalista da Mostra de Terror-Metragem 2016 do Rio de Janeiro e da Mostra Agrícola de Cinema Orgânico (Maco) de Santa Rita, Pernambuco. “The Savage” foi exibido na Semana Literária do Sesc Pato Branco 2016, na qual o diretor foi convidado para explanar sobre a obra, que realiza uma releitura bastante particular do folclórico personagem Saci-Pererê, da cultura brasileira. Saiba curiosidades da produção em https://thesavageshortfilm.wordpress.com/
"Trabalhadores de Ferro" vem com o dobro do tempo, 10 minutos, e com novos desafios: como a criação de uma criatura inédita como antagonista, medindo 2,50 metros com uma longa capa preta e máscara de zebra, diversas cenas noturnas e a necessidade de fazer chover no cenário. É uma obra bastante inspirada no clima Noir. "Os elementos do estilo nos ajudaram a evoluir a narrativa e, como todo Noir, "Trabalhadores de Ferro" tem a presença de um assassinato, o suspeito anti-herói, e o detetive, que é o próprio público tentando montar este quebra-cabeça", apontou.
Ficou curioso? Então não deixe de assistir a uma das exibições públicas e únicas no Cinemax Pato Branco, neste sábado ou domingo. Basta adquirir o ingresso para o filme Um Lugar Silencioso, dia 14 ou 15 de abril, na sessão das 18h45, acessando o site www.cinemaxpatobranco.com.br ou direto na bilheteria. O curta será exibido antes do filme principal.

Daiana Pasquim - Jornalista DRT/PR 5613
Fotos: Lucas Piaceski
Agência PQPK