segunda-feira, 28 de abril de 2014

DIARINHO - ED 151, de abril a 15 de maio: "Releituras de Vida Nova"

Editorial: "Sorriso entre as orelhas"

Vamos mostrar os dentes, afinal, voltamos a fazer o Diarinho neste ano de 2014 junto a passagem da data da Páscoa, quando as escolas ficam repletas de orelhinhas de coelho e as crianças dão muitos sorrisos com as atividades diferenciadas que acontecem no ambiente escolar e na família. É quando os parentes distantes se encontram, todos param para refletir um pouco mais sobre a vida e a criançada é adoçada com tantas guloseimas que ganham. 
A data inspira também a fazer trabalhos coloridos e motivados por pesquisas, pois recebemos na Redação do Diarinho diversos textos sobre Páscoa que você pode ler na página 5 e desenhos sobre a data, que estão na página 6 formando o mural que dá o tom para a nossa edição: Páscoa Vida Nova.
Nossa primeira palestra do ano foi sobre “O papel do editor mirim e a história dos meios de comunicação, que aconteceu no auditório do Sesc Pato Branco na tarde de 10 de abril, quando a jornalista e editora do projeto, Daiana Pasquim, trouxe informações históricas que despertaram a curiosidade dos editores. Uma chuva de bilhetes com sugestões e indicações de pesquisas para reportagens inundou a nossa redação ao fim dos trabalhos do primeiro encontro. A “origem do ovo de Páscoa”desta página é uma delas e você poderá ler inúmeras outras em nossas páginas das próximas edições.
Estar na ativa com o Diarinho alimenta nossos sentimentos neste outono, como bem lembrou o aluno Andrei de Itapejara na página 7 de Passatempos. E claro, olhar para a natureza é uma da coisas que mais gostamos, refletidas na obra de arte da página 8, criada pelas crianças da Escola Municipal Antonio Marcelino Pontes de Clevelândia. “Vamos usar bem a água, não desperdice”.

Por tudo isto, esta mensagem de abertura das edições do ano vem com um sorrisão para mostrar muito os nossos dentes, ou seja, um sorriso entre as orelhas.  









Edição de Textos: Daiana Pasquim - DRT/PR 5613
Edição de Arte: Lucas Piaceski
Christoferson Agência Audiovisual

quarta-feira, 16 de abril de 2014

CRÔNICA - "Uma tarde de Páscoa na Ilha incendiada"




As vozes agudas ficaram altas à medida que bati a porta do carro. Meus olhos ainda estavam tomados pelos destroços, intocados meses depois, igualzinho o fogo deixou. Daquele ginásio as paredes pulsavam. Reconhecendo a música das crianças, cresceu a curiosidade para ver o que lá faziam. Poucos carros no pátio, sol amarelando o entorno. Ao me aproximar da porta vi o círculo de carteiras que formava "a sala" da pré-escola, na qual uma singela divisória marcava aqueles oito metros quadrados do resto da quadra esportiva. Ao lado desta, outra, e mais outra. Mas foram as 108 orelhinhas de coelho que logo me fisgaram a atenção. Mãozinhas se uniram e formaram um grande círculo ao centro do complexo. As mães e pais viraram suas cadeiras para acompanhar o espetáculo carinhoso preparado pelas professoras. Com a máquina fotográfica em mãos o que fiz foi um clique após o outro, enquanto os acontecimentos sensibilizavam diante de meus olhos. Muitas coelhas e coelhos encararam a lente sem medo, com uma educação exemplar de alunos de escolas de comunidades. Amando cada momento, fui aguardando a hora “oficial” para realizar mais uma cobertura jornalística na soma de dez anos de profissão no Sudoeste do Paraná. Vinte e quatro horas depois disso tudo, o texto já está finalizado e enviado para os quase duzentos contatos de meu mailing de assessoria de comunicação. Mas 24 horas depois ainda o coração está pulsando de sensibilidade pelas vivências e o espírito que me abraçou naquele local. Aquela ilha, um dia sinistramente incendiada, ganhou o poder de purificar os sentimentos daqueles que nela chegam de olhos abertos. Eis o texto: "Páscoa de Passo da Ilha se alegra com visita de Administração Mater Dei"
Ações doces, coloridas, alegres, calorosas. Crianças de cinco a dez anos vivenciam a fase de nutrir a imaginação pascal e esta é a faixa etária dos 54 alunos do pré ao quarto ano, da Escola Rural Municipal Passo da Ilha de Pato Branco, local que recebeu a visita do curso de Administração da Faculdade Mater Dei, na tarde desta terça-feira (15). Diretora em tempos de adaptações e reerguidas após o incêndio sinistro de 2013, Leonida Machado dos Santos afirmou viverem um dia de festa. “A escola não pode parar e está funcionando normalmente como se estivesse em seu estabelecimento. Não é porque estamos emprestados que vamos aborrecer ou ficar encolhidos e não fazer as atividades. Segue normalmente tudo que seria na sede própria”, resolveu.
Leonida contou que as crianças estavam há mais de 15 dias ensaiando as músicas para Páscoa, esperando algo novo. "Este ano a Faculdade Mater Dei com seus estudantes vieram aqui e propuseram para nós o que poderia ser feito, visitaram o espaço e viram que dava pra fazer muita coisa, eles estavam ansiosos. É um dia único, uma atividade que não vão esquecer nunca pelo pessoal da faculdade estar proporcionando isto: uma lanche diferente, as brincadeiras, sem esquecer do sentido da Páscoa que é Jesus Cristo e a ressurreição, não só brincadeiras, os ovos e o chocolate. mas o verdadeiro sentido da Páscoa também”, discorreu, acrescentado “agradeço a todas as professoras que ensaiaram e se empenham em fazer com que essa festividade seja bonita do jeito que foi e agradecer ao pessoal do Mater Dei que vieram aqui proporcionar um dia diferente para eles”. 
Entre ajudar o grupo a montar a cama elástica e organizar a fila dos guris nos chutes a gol, o acadêmico de Administração Luiz Paulo Rizello, que é diretor-presidente da Mater Jr. disse que a ideia das cestas está consolidada nos três pilares da empresa junior, no tocante à solidariedade. Ele lembrou que a campanha foi trabalhada de forma articulada nos primeiros períodos entre calouros de diversos cursos junto à disciplina de Sociologia, do professor Marcio Cavasini, com destaque para os primeiros períodos de Administração, Contábeis, Direito Noturno, Agronegócio e Marketing, que embora não tenha a disciplina, também se engajou. “Na Faculdade Mater Dei não se tem a cultura do trote e por isso queríamos promover este trote solidário. Passamos nas salas arrecadando dinheiro para comprar tudo igual para as crianças e fazer as cestas padronizadas. “A organização das cestas ficou por conta da Mater Jr e com o dinheiro arrecadado conseguimos montar 60 cestas e comprar o lanche desta tarde. Ações assim são muito legais, porque você acaba vendo o quanto é gratificante, aqui nesta tarde, entregar as cestas para as crianças. Estão todos curiosos pelo que vão fazer e ganhar. Da nossa parte é uma realização, pois do primeiro ao oitavo período de Administração houve arrecadação”, completou.
Ao lado da cama elástica, brincadeiras de roda, dança e canto foram criadas por ela, o que mostra que na visita também houve esforço de acadêmicos de diversas fases ao longo do curso. Um exemplo é Lallescka Selk, do terceiro período, que contou: “já vim como caloura no ano passado em outra instituição e agora, estou aqui como voluntária. Também já passei pela Mater Jr e, em sala de aula, visitamos as turmas incentivando a doar dinheiro para comprarmos chocolate e montar as cestas. Em uma semana, superamos nosso objetivo”, contou animada. 
Acompanhando as atividades, a professora Stela Maris de Lara, que é coordenadora da Mater Jr, sentia-se engrandecida em ver os alunos colocarem seus planos de solidariedade em prática e, no processo, se sentirem tão realizados quanto as crianças que foram presenteadas pelos motivos de Páscoa, as brincadeiras e o lanche. “Mais alunos gostariam de estar aqui, mas se não puderam vir por motivo de trabalho, colaboraram durante a ação de arrecadação. Parabéns a todos que se envolveram”, finalizou. 

Daiana Pasquim (DRT/PR 5613)/ AC Faculdade Mater Dei
(Texto e Fotos)
Assessoria de Comunicação
Christoferson Agência Audiovisual

Maria Eduarda e Patrícia, amigas lindas e carinhosas. Adorei seus abraços



Jabuticabas, fotos e ovos de Páscoa


Pretos e intensos, grandes como duas jabuticabas. Assim são os olhos de Maria Eduarda dos Santos, 6, a menina que me encantou na tarde desta terça-feira (15) ao me dirigir até o interior de Pato Branco para visitar a sua Escola Rural Municipal Passo da Ilha. Ao lado da amiga inseparável, Patrícia, 7, ela cantou "Não foi o coelhinho que morreu na cruz, quem foi crucificado foi o meu Jesus". Conversamos muito, fizemos fotos e (re)nasceu ali as vivências de uma menina feliz, que sempre fez "ninhos" à espera do Coelho de Páscoa. Abraçadas primeiro a mim e, depois às suas cestas com ovos de chocolate, elas saltitavam felizes pelo ginásio de esportes que acolheu sua escola após o incêndio sinistro de 2013.  Amo esta profissão.

terça-feira, 1 de abril de 2014

CRÍTICA LITERÁRIA: Definições de “Gravidade”, o filme



Fragmentos de satélites e chuvas de meteoros invadiram nosso último fim de semana de março de 2014, quando vimos "Gravidade" (2013, Alfonso Cuarón, Warner Bros.), pela segunda vez. Conheci o filme ainda antes das badalações do Oscar 2014 (sete estatuetas: melhor diretor, para o mexicano Alfonso Cuarón, trilha sonora, efeitos visuais, fotografia, mixagem de som e edição de som, além de montagem, feita pelo próprio diretor. Foi a primeira vez que um diretor da América Latina levou o prêmio) -, quando cometemos um erro: assistimos numa péssima qualidade de imagem que me deu até sono, quando o que causa Gravidade, na real é o pânico e expectativa que passamos a vivenciar com os astronautas  - vividos por Sandra Bullock e George Clooney - à deriva. 
Gravidade é um filme para ser visto em alta definição e assim o (re)fizemos. O arquivo em full HD rodou numa Sony 40 polegadas, que fez toda a diferença. Desta vez, não vi sono, mas sim detalhes que passaram despercebidos em nosso primeiro encontro. As definições que vemos nesta obra é, acima de tudo, sobre a vida da dra Ryan Stone, que foi para o espaço sem motivos para querer estar na Terra. O leitor da obra chega sozinho à conclusão de que sua vida pessoal chegou a um caos grave, nem mesmo a filha de quatro anos a prende. Morrer, de repente, parece “simples assim”.
Lá no espaço, com sua nave totalmente destruída, quando imersa naquela escuridão espacial, vem o convite implícito para  definir pelo “nada”. O incrível da obra é que neste mesmo vazio universal é que a engenheira encarregada da missão especial “define" que quer viver. Com as orientações do experiente Matt Kowalksky (G.Clooney), que traz para as cenas as típicas histórias da juventude que fazem esquecer tempo e espaço, ela flutua para a necessidade de sobrevivência. Gravidade é muito recomendado não só pelas sete estatuetas, mas por ser um filme que mexe com nossas raízes, e motiva aquilo que definimos como “certo” na vida: viver! E claro, assistir em alta definição é "definitivamente" indicado. Gravidade se levanta de nosso peito naturalmente quando o tríceps força a areia. Nesta hora, sentimos com Stone o poder do flutuar em si mesma.


Pato Branco-PR, 1 de Abril de 2014.