Fragmentos de satélites e chuvas de meteoros invadiram nosso último fim de semana de março de 2014, quando vimos "Gravidade" (2013, Alfonso Cuarón, Warner Bros.), pela segunda vez. Conheci o filme ainda antes das badalações do Oscar 2014 (sete estatuetas: melhor diretor, para o mexicano Alfonso Cuarón, trilha sonora, efeitos visuais, fotografia, mixagem de som e edição de som, além de montagem, feita pelo próprio diretor. Foi a primeira vez que um diretor da América Latina levou o prêmio) -, quando cometemos um erro: assistimos numa péssima qualidade de imagem que me deu até sono, quando o que causa Gravidade, na real é o pânico e expectativa que passamos a vivenciar com os astronautas - vividos por Sandra Bullock e George Clooney - à deriva.
Gravidade é um filme para ser visto em alta definição e assim o (re)fizemos. O arquivo em full HD rodou numa Sony 40 polegadas, que fez toda a diferença. Desta vez, não vi sono, mas sim detalhes que passaram despercebidos em nosso primeiro encontro. As definições que vemos nesta obra é, acima de tudo, sobre a vida da dra Ryan Stone, que foi para o espaço sem motivos para querer estar na Terra. O leitor da obra chega sozinho à conclusão de que sua vida pessoal chegou a um caos grave, nem mesmo a filha de quatro anos a prende. Morrer, de repente, parece “simples assim”.
Lá no espaço, com sua nave totalmente destruída, quando imersa naquela escuridão espacial, vem o convite implícito para definir pelo “nada”. O incrível da obra é que neste mesmo vazio universal é que a engenheira encarregada da missão especial “define" que quer viver. Com as orientações do experiente Matt Kowalksky (G.Clooney), que traz para as cenas as típicas histórias da juventude que fazem esquecer tempo e espaço, ela flutua para a necessidade de sobrevivência. Gravidade é muito recomendado não só pelas sete estatuetas, mas por ser um filme que mexe com nossas raízes, e motiva aquilo que definimos como “certo” na vida: viver! E claro, assistir em alta definição é "definitivamente" indicado. Gravidade se levanta de nosso peito naturalmente quando o tríceps força a areia. Nesta hora, sentimos com Stone o poder do flutuar em si mesma.
Pato Branco-PR, 1 de Abril de 2014.
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