Momento histórico
No ano de 2014, a Academia de Letras e Artes de Pato Branco (Alap) realizou uma Mostra de Contos e Poesias 60 Anos da Rádio Celinauta por meio do projeto Diarinho Cultural do Sudoeste do Paraná: participaram crianças de 40 escolas, de cinco municípios que frequentam o projeto. Após muita pesquisa em papeis e realizadas inclusive em tablet, recurso tecnológico desta época, as crianças viram que valorizar o ser humano é sempre o caminho, pois os premiados trouxeram histórias contadas por pessoas mais velhas, o que prova que é o próprio homem que inventa tecnologias para aperfeiçoar a nossa vida.
Nesta edição, você vai ler
Invenção do papel foi incrível e chineses os esconderam por 500 anos
Abrace seu pai todos os dias e lembre-se do segundo domingo de agosto
Crianças fazem trabalhos maneiros para rememorar tradições folclóricas
Editorial
Dedos deslizam por APPs e certificados
Nosso título remete ao tablet e seus aplicativos (APPs) que ganhou destaque na página 3 e aos textos premiados pela Academia de Letras e Artes de Pato Branco (Alap). Especial, esta edição reservou quatro páginas inteiras para a revelação dos textos vencedores da Mostra de Contos e Poesias 60 Anos da Rádio Celinauta. Nas páginas centrais (4 e 5) estão publicados os seis contos, seis poesias e três textos classificados como “especiais”, todos certificados pela Alap, sem esquecer de homenagear as professoras e os alunos autores dos melhores trabalhos, cujas fotos você confere nas páginas 6 e 7.
Após lermos os 15 textos selecionados podemos perceber que as mensagens mais fortes, além de muito bem reproduzida a história do início da rádio na região e do “batismo” de nome Colmeia para Celinauta, marcam as seguintes ideias: para dar informação, o empenho é constante; o rádio é companhia em todos os momentos; minha família ouve e os vizinhos também; e paz e bem. Nos textos, nota-se o legado que a própria Rádio Celinauta vem construindo em seis décadas no ar, 24 horas por dia.
Percebemos que o encontro do dia 24 de julho, quando distribuiu-se certificados, deu novamente muita atenção aos meios de comunicação e à produção intelectual, pois além de revelar quais foram as melhores pesquisas e produções textuais do concurso, também realizamos a palestra sobre tecnologia da professora Silvana Tomazi, que é chefe do Apoio Pedagógico a Divisão de Mídias Educacionais na Secretaria de Educação de Pato Branco. Com atenção especial aos tablets, que vem sendo bastante usados em sala de aula nas escolas de Pato Branco e região, ela fez um resgate desde a invenção da imprensa de Gutemberg até o uso touchscreen.
E não poderíamos esquecer que agosto é o mês dos Pais, da imaginação e das lendas, já que em 22 comemora-se o Dia do Folclore. Nosso “Feliz Dia dos Pais” está na contra. Mas nesta página, aqui ao lado, colocamos um pouquinho da dedicação da professora Fátima Piovesan com seus alunos do 5º ano da Escola Municipal São Luís de Pato Branco, que enviou à redação do Diarinho uma pesquisa bem completa sobre Folclore. Que o mês seja inspirador para as escolas estimularem ainda mais suas crianças a lerem Monteiro Lobato - que fez obras que ajudaram a propagar lendas e mitos do Brasil-, além de pesquisarem estudiosos consagrados das tradições folclóricas como Luís da Câmara Cascudo, Jerusa Pires Ferreira e Veríssimo de Melo. Depois disso, vamos produzir textos, desenhar e pintar de colorido este mês.
página 2
FOLCLORE
Palavra que significa conjunto das tradições, conhecimentos ou crenças populares expressas em provérbios, contos ou canções. É tudo que simboliza os hábitos de um povo que foram conservados através do tempo. Desde 1965, no Brasil, temos o 22 de agosto como Dia do Folclore. O resgate muito caprichado foi feito pelos alunos do 5º ano da professora Fátima Piovesan, na Escola Municipal São Luis. Confira a curupira do Lucas Eduardo, o lobo da Nalanda Cristina Hofman e a Gralha Azul da Elaine Maiara Mota Mallmann. Belos trabalhos podem ser gerados este mês!
Página 3
Tecnologia: da ponta dos dedos para aperfeiçoar você
Faz 575 anos que a imprensa foi inventada. Na época uma máquina ainda bem limitada se comparada às opções de digitalização existentes hoje, mas um grande feito para a humanidade na época. Quando o assunto é tecnologia esta é sempre uma máxima: o que é incrível hoje ficará “no chinelo” amanhã. Para aprendermos a valorizar a herança cultural que cada evolução nos traz um caminho é compreender a própria origem grega da palavra “Tecnologia”, onde tekhne significa "técnica, arte, ofício" juntamente com o sufixo logia que significa “estudo”. Foi refletindo sobre o papel e a caneta que seguravam em mãos que a professora Silvana Tomazi começou sua conversa sobre tecnologia com os editores mirins do Diarinho, no encontro do dia 24 de julho, no auditório do Sesc Pato Branco. Silvana é formada em três graduações: Ciências Econômicas, Pedagogia e Matemática e pós-graduada em Psicopedagogia, Educação Matemática e Mídias na Educação e é chefe do Apoio Pedagógico a Divisão de Mídias Educacionais na Secretaria de Educação de Pato Branco e teve o apoio do colega de trabalho Clodoaldo Bahls Filho, da Divisão de Tecnologias.
Com atenção especial aos tablets, que vem sendo bastante usados em sala de aula nas escolas de Pato Branco e região, Silvana fez um resgate desde a invenção da imprensa de Gutemberg que citamos no começo deste texto até o uso touchscreen. Ela trouxe as fases: da pena à caneta; do papiro ao livro; a evolução do retroprojetor; do mimeógrafo à máquina de escrever; a televisão: do vídeo ao DVD; máquina fotográfica: da analógica à digital; o som; e a evolução do computador desde os tataravôs, bisavôs, avôs, pais e atualmente.
Para dar corpo ao alcance da tecnologia no município, ela contou que foram fornecidos 250 notebooks aos professores regentes e concursados em sala de aula. E também que as escolas contam com um laboratório Proinfo com 18 computadores em cada. Todos os alunos do 5º ano receberam tablet para aprender ainda mais, sendo que em 2015, o plano é fornecer também a todos os alunos do 4º ano.
O tablet fornecido pelo município de Pato Branco tem 16GB de memória e foi carregado com aplicativos (APPs) que procuram auxiliar nas diversas disciplinas, como Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História e Geografia. São APPs para o sistema operacional Android, como produtores de textos e slides, pintura digital, corpo humano em 3D (sistema circulatório e digestório), aplicativo sobre estrelas e o sistema solar, além da pasta completa sobre a história do município, contendo fotos antigas e atuais.
Entre os trabalhos desenvolvidos com o tablet, há por exemplo entrevistas entre alunos, familiares e pessoas do bairro, a criação da árvore genealógica no aplicativo “Pintura Digital”, pesquisa sobre “Lugar onde vivo” com levantamento sobre a história do bairro e de onde nasceu.
A grande mensagem deixada pela professora Silvana Tomazi é que a tecnologia supre as nossas necessidades, mas não é tudo. “Temos que valorizar o ser humano”, enfatizou. Afinal, tudo que foi inventado até agora, partiu da inteligência de quem mesmo? Pense nisso!
Invenções tecnológicas para a evolução da humanidade
1439 - Imprensa pelo alemão Johannes Gutemberg
1707 - Relógio de Pulso pelo inglês John Floyer
1876 - Telefone por Alexander Graham Bell
1879 - Lâmpada, por Thomas Edison
1901 - É inventado o rádio
1946 - É criado o primeiro computador
Pergunta de editor
Como foi feito o papel?
Questão enviada por Edinei Ruan Bernardo
O papel é um dos recursos tecnológicos mais úteis já utilizados pelo homem. Foi ainda em 105 a.C que os chineses descobriram uma forma de fabricar papel com fibras vegetais e na época já viram o quanto era importante, pois guardaram o segredo só para si por 500 anos, até ser descoberto pelos japoneses. A invenção do papel é atribuída a um oficial do tribunal chinês, Cao Lun. A primeira fábrica de papel foi instituída em Tsai Lun, China, no mesmo ano. Os japoneses conheceram-no no século VII, e já em 770 produziram a primeira publicação - uma oração budista impressa em bloco batido - técnica do carimbo, do qual editaram cerca de 1.000.000 de exemplares. A tecnologia para a fabricação do papel chinês, manual e em pequenas folhas, foi conhecida pelos europeus depois que os árabes venceram os chineses em Samarcanda, 751 da nossa era. Os árabes, que ali aprenderam a confecção do papel começaram a fabricá-lo e a usá-lo intensivamente, ainda nesse estado de fabricação primitivo. Levaram os segredos da fabricação para a Espanha, quando mouros invadiram a península Ibérica no século IX. Depois que os mouros perderam o domínio territorial na Catalunha, Espanha, o segredo de fabricação disseminou-se pela Europa. A introdução do papel na administração pública árabe iniciou-se sob o reinado do califa Arun Al Rashid - o das Mil e uma Noites - para evitar falsificações de documentos, porque o pergaminho era mais fácil de ser fabricado que o papel.
O papel começou a ser fabricado fora da jurisdição árabe, japonesa e chinesa, na Itália, em Fabriano, em 1276. O papel começou a substituir paulatinamente o pergaminho. Na França, a fabricação iniciou-se em 1348, na Alemanha em 1390 e na Inglaterra, em 1494. Um bom trabalhador não podia fazer mais de 750 folhas por dia. Isso explica o alto valor de todas as peças literárias da época e seu pouco uso. O processo de fabricação continuou artesanal e moroso até ao séc. XVIII.
A fabricação do papel em rolos contínuos, já numa escala industrial, iniciou a revolução cultural do Ocidente que revolucionou o mundo e ainda o estamos vivenciando. A invenção dos tablóides na Inglaterra e nos Estados Unidos se deveu à maior facilidade de produzir papel por volta de 1860, não mais em folhas, mas em rolos enormes. Só a partir da industrialização do processo de fabricação de papel é que surgiram livros, jornais e revistas, num processo cada vez mais democratizado em que se difundiu desde então, a cultura generalizada, a ciência, a fé, o terror e a publicidade impressa.
(Com informações de autoria do prof. Dr. Octávio Eduardo Mourão de Freitas)
Páginas 6 e 7
Reconhecimento
Certificados os autores dos 15 textos premiados e suas professoras
A Academia de Letras e Artes de Pato Branco concedeu um certificado a cada criança autora dos textos selecionados e à sua professora. Ao todo, participaram crianças de 40 escolas, de cinco municípios participantes do projeto Diarinho Cultural do Sudoeste do Paraná. Além dos editores mirjns, estavam presentes no auditório do Sesc Pato Branco diversos educadores, pais de alunos e convidados. A coordenadora pedagógica do Diarinho, professora Bernardete Penachi, avisou os alunos em destaque para se fazerem presentes e receberem a honraria, entregue pelas mãos da presidente da Alap, professora Neri França Fornari Bocchese, a escritora e diretora do Departamento de Cultura, Eliane Gauze, igualmente acadêmica da Alap; a secretária municipal de Educação de Pato Branco Heloí de Carli e demais diretoras das escolas participantes. A revelação foi conduzida pela jornalista Daiana Pasquim, com registros fotográficos de Lucas Piaceski. Confira, nos sorrisos, o reconhecimento pela vitória.
Produção de Texto: Daiana Pasquim
Produção de Arte: Lucas Piaceski
Agência PQPK