quarta-feira, 27 de agosto de 2014

CRÔNICA - Independência mudou forma de governar, sem alterar as pessoas que comandavam

Setembro se aproxima, mês que mexe muito comigo por ter nascido justamente dia 7, aquele, da proclamação da "Independência". Em menos de 50 dias vamos às urnas. Pesquisei, revirei e escrevi esta crônica hoje (27), para publicar no jornal infantil Diarinho, do Instituto Carlos Almeida, que produzimos ao projeto Diarinho Cultural do Sudoeste do Paraná

Assista ao vídeo que menciono no texto aqui https://www.youtube.com/watch?v=ZzqoGXDphIE

Neste outubro, os brasileiros maiores de 16 anos devem votar para presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais. Como república, o Brasil vive um regime presidencialista, com seus governantes escolhidos por eleições diretas, em voto secreto. É a hora de mudar, oportunidade dada aos eleitores a cada quatro anos.
Assim sendo, o Brasil é um dos países com maior democracia (demo=povo + cracia=poder) o que acarreta, por sua vez, um toque de burocracia (excesso de regras) para que as coisas possam acontecer. Historicamente, quem “mandou” no Brasil ou em qualquer país, foi sempre aquele que detivesse maior poder. Hoje, esse reconhecimento vem em forma de popularidade e para ficar bem conhecido normalmente os políticos investem cifras em publicidade. Foi em momentos com muito dinheiro em jogo que surgiram histórias de corrupção como o “Mensalão” e outros escândalos envolvendo os que detinham maior poder. 
Atentos a força da participação popular no país, os brasileiros foram às ruas em 2013 para o movimento “O Gigante Acordou”. Composto em grande maioria por estudantes, universitários e profissionais nas mais diversas áreas, famílias inteiras foram às ruas de Pato Branco em 22 de junho de 2013, aderindo ao movimento nacional. Gritos ideológicos impulsionaram todo o caminho por quase duas horas. Pautados na educação e crítica à política, o Hino Nacional abriu e fechou os passos como fogos de artifício. Vale rememorar, assista ao vídeo que criamos digitando no Youtube: “O Gigante acordou em Pato Branco”. Isto marcou o presente destas gerações.
No passado, um dos principais eventos da história brasileira foi a Independência do Brasil. Realizada pelo príncipe regente D. Pedro I em 7 de setembro de 1822, o fato marcou o fim do domínio da coroa portuguesa sobre o território colonial brasileiro. "D. Pedro I foi retratado como um herói nacional, seja em pinturas ou nos livros de história durante muitos anos. Entretanto, o que realmente houve foi uma mudança na forma de governar, sem alterar as pessoas que comandavam o governo. Com a Independência do Brasil, os grupos dominantes passaram a ter liberdade para ditar os rumos que o país deveria tomar”, lembrou o graduado em História, Tales Pinto/Escola Kids.
Com essa medida, o Brasil tornou-se uma Monarquia independente de Portugal, e o príncipe regente passou a ser o imperador D. Pedro I. Como se encontrava em viagem, a declaração de independência ocorreu às margens do rio Ipiranga, na província de São Paulo. Existem muitos mitos em torno desse fato. Um deles era o de que D. Pedro I queria melhorar a vida do povo brasileiro com a independência. Seu objetivo era manter a união do território, agradando aos interesses dos grupos que dominavam a colônia. Um indício disso é que não houve sequer menção à abolição da escravidão, o que beneficiaria o principal grupo social que habitava o país, os africanos escravizados. 
É bom lembrar que a abolição da escravidão aconteceu só em 1888, 66 anos depois da proclamação da Independência e isto é o tempo de vida dos nossos avós, ou seja, muito tempo. 
Diferente do momento da independência de 1822, quando mudou a forma de governar e não quem comandava (já que Dom Pedro I. transformou-se em imperador), com as eleições de outubro/2014 o povo, se quiser, poderá mudar quem governa (ou reeleger os atuais), mas a forma de governar continuará a mesma. Ou seja, agora a situação se inverte.

É preciso ler, buscar sempre conhecimentos e se inteirar dos fatos, para tomar as atitudes mais corretas na vida, seja no âmbito pessoal ou para decidir momentos ao próprio país. Chegou a hora de os brasileiros mais uma vez ocuparem o microfone para ecoar a sua voz.

EXTRAS:
Curiosidades sobre o Audiovisual "O Gigante Acordou em Pato Branco"
- Estima-se que próximo a 3 mil pessoas tenham participado da caminhada em 22 de junho de 2013.
- Todas as imagens são originais e foram feitas por Lucas Piaceski e eu, durante o percurso da caminhada.
- Lucas captou imagens em vídeo e eu em foto. Veja o álbum completo aqui em meu perfil https://www.facebook.com/daipasquim/media_set?set=a.476408399113721.1073741826.100002336942688&type=3
- A trilha sonora foi composta pelo próprio Lucas, que é músico/banda Christoferson.
- Produzimos o vídeo tão logo chegamos em casa no fim da tarde daquele sábado, ele gravou a trilha e upamos no canal naquela mesma noite.
- A descrição do vídeo nasceu em minha mente ainda durante a caminhada.
- Entrevistar o Márcio dos Panfletos também aconteceu naturalmente e acredito ter dado um toque especial na abertura do audiovisual.
- Nunca foi tão "arrepiante"cantar o Hino Nacional.
- Neste dia, amamos muito ser brasileiros!

Pato Branco, 27 de agosto de 2014
daipasquim@gmail.com 

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