sábado, 14 de abril de 2018

Relato de Parto: (re)nasce a mãe Daiana e nasce Aurora Diana

Foto: Angela Zolet Palma/ Vogal Foto.Amor


Relato de Parto: nasce a Daiana mãe
Vivo as emoções de ser mãe de menino há quase dez anos, desde a descoberta da chegada do Lucas, com a revelação do sexo por volta do quarto mês de gestação. Desde então tudo são delícias de ter esta conexão tão intensa de ser o lado feminino de um ser masculino que gerei em meu ventre. Do parto do Lucas, ao longo dos anos, foi ficando aquela certeza de que ele poderia ter sido natural, como eu me preparei naquela juventude inteira, mas na hora H ouvi que tinha parado de dilatar e, sem a força e apoio inerentes a esta experiência sexual que é o nascimento, passei por uma cesárea com 39 semanas e 1 dia de gestação. Sua DPP chegava a dar para 7 de setembro, meu aniversário, e concretizou-se como meu presente antecipado em dez dias, em 28/08/2008. Não só pelos números, mas nossa relação tem sido cabalística em todo o seu desenvolvimento, inclusive pelo fato de por volta dos cinco começar a me pedir tanto um(a)  irmãozinho(a). A gravidez da Aurora oportunizou uma avalanche de emoções em nossa família: laços ainda mais estreitados, novos conhecimentos sobre meu corpo, a gestação, a relação em casal e a formação da bebê extremamente conectada à mãe. Acendeu nesta mulher a necessidade de um VBAC (Vaginal Birth After Cesarean), para o qual meu marido Lucas e eu nos preparamos mergulhando profundamente em leituras, em conversas longas com nossa doula Denize Penteado, em meditação guiada MindFullness, em treinos de movimentos em casa e na visualização deste parto vaginal tão aguardado que poderia ser vivido intensamente por nós dois. Crescemos na gestação suavemente e tudo ia perfeitamente bem conforme o programado, até a 32ª semana, na consulta pré-Natal que identificou a pressão arterial em 15 por 10. Nossas estruturas se abalaram um pouco, comecei a tomar medicação para controle e tive ordens médicas de me afastar de tudo que causava estresse ou pressão - causas possíveis do descontrole, com bateria de exames normais e descartando pré-eclâmpsia. Tentei deixar este descontrole como um segredo baixinho, sem espalhar nem mesmo para a família, pois quanto mais pessoas soubessem maior poderia ser a "pressão" de ter uma PA bem controlada. A esta altura meu amado estava expert em cuidar de nós, aferindo até quatro vezes ao dia e repassando a tabela para a dra Juliana Petry, que me tranquilizou: "se mantivermos controlada e tudo continuar bem, você vai ter o seu parto humanizado como sempre sonhou, da mesma forma". Eu me agarrava a isto, mas já começava a saber que algo poderia apagar esta luz no fim do túnel. E de fato, um apagão ocorreu na consulta da 34ª semana+5 dias, num pico de estresse, em que cheguei ao pré-Natal com 18 por 12 de PA, com intensa dor de cabeça e na nuca. O drama estendeu-se do consultório direto para o internamento, no qual fomos conduzidos ao pré-parto para realizar o cardiotoco - 1º de minha história como mãe que deu o prazer de ouvir nossa menina por 20 minutos seguidos e registrar todos os seus intensos movimentos para mostrar o que eu no fundo já tinha certeza: estava tudo bem com ela; monitoramento constante de PA - que me angustiavam a cada três minutos em que o aparelho inflava, não só pela torcida em ver baixar com a medicação na veia, como pelo estresse que causou ao meu nervo mediano, já sofrido a esta altura da gestação devido à minha lesão no túnel do carpo que piorou muito ao longo das semanas, causando formigamentos e inchaços nos dez dedos e mãos; medicação na veia e coletas de exames. Foi ali no pré-parto que Lucas e eu conhecemos o clima da sala que procurávamos visitar na meditação guiada quando pensávamos no nascimento, que ouvimos a vocalização das ondas uterinas que traziam os bebês cada vez mais próximos aos braços de suas mães e que ouvimos o primeiro choro de alguns seres saindo misturados a estas vocalizações em seus agudos mais intensos, escorrendo lágrimas em nossos olhos e mais uma vez imaginando como seria quando chegasse "a nossa hora", porque com todas as auscultas com doppler e a minha pressão controlando para 13 por 9 naquele entardecer, ouvimos da dra Ju que como a Aurora estava formadinha e perfeita, tudo que viesse dali pra diante era lucro. Com isto em mente, vivemos três difíceis dias de internamento, ganhando alta com 35 semanas e um retorno para casa com ainda mais recolhimento, pedidos de exames e muita curtição na barriga que crescia e nos correspondia cada dia mais.

Relato de Parto: nasce Aurora Diana
O primeiro nascimento da Aurora foi em Mindfullness, no projeto Preparação para o Parto que a nossa doula Denize Penteado mantêm todas as terças-feiras, das 18h30 às 20h em sua clínica. Frequentamos desde a 16ª semana de gestação e tivemos o privilégio de visualizar, num encontro VIP temperado com lágrimas mornas, meu útero se entregando em ondas, meu períneo se abrindo como uma flor, pétala e pétala, e ela escorregando para os nossos braços quentinha, rosada, nós impregnados de ocitocina e tendo um Contato Primal intenso de mais uma hora, em que ela viria direto para o meu peito e fitaria a mim e ao seu pai, abocanhando o colostro com aquele olhar vivo ao qual os bebês de parto ativo nascem. Esta experiência suave e profunda regada a respiração foi essencial para internalizar esta mãe que subia de level nos patamares de entrega. Aprendi a ver o parto como o ápice da vida sexual de um casal - pais devem viver este momento juntos; o ápice da vida sexual de uma mulher, pois seu útero jamais se abrirá tanto assim em outra oportunidade na vida (para tantas mulheres da sociedade moderna pode ser uma oportunidade única). Felizmente tenho com o Lucas este desejo intenso de coroar o nosso amor nesta filha - desejamos a gestação, nos surpreendemos loucamente com a descoberta "daquele sanduichinho", pronunciou o dr. João Petry e o mundo tornou-se rosa da manhã para a tarde, completando nosso projeto de família com um casal de rebentos para chamar de seu.
O segundo nascimento da Aurora veio com tintas, traços, florzinhas na cabeça e um solzinho representando a placenta, para enaltecer o significado de seu nome. O projeto de pintura na barriga é algo tão carinhoso que as doulas fazem conosco e recebemos prazerosamente a Denize naquela noite de sexta-feira para não apenas materializar a Aurora em contornos em minha barriga, mas também repassar técnicas naturais de alívio da dor, posições de massagem que o Lucas faria em mim na primeira etapa de nosso trabalho de parto em casa, as essências que a Dê poderia usar para trazer aromas e conforto à sala, rebozo, TENS, enfim, todos os encantos de sua mala de doula que vem recheada de carinho - cabe tanta coisa como aquela bolsinha da Hermione em Harry Potter, porque doula é meio bruxa também, nos melhores de todos os sentidos. Vivemos a gestação com a Dê aprimorando muito nossas mentes e corpos - não mencionei ali em cima que no projeto das terças tem exercícios para o períneo, informação e tira-dúvidas, construímos suavemente nosso "casulo de calma", reprogramamos nossos pensamentos, olhamos a vida de forma diferente. Juntos, sempre juntos! A Dê nos deixou em paz por volta das 22h daquela sexta-feira, com 36s+2d.
Abri os olhos às 8h daquele sábado 24 de março com uma intensa vontade de ir ao banheiro. Ainda na cama, a barriga contraía bastante, com as Braxton Hicks dando frequentemente o ar da graça nas últimas duas ou três semanas. A barriga ficava toda dura por cerca de uns 30 segundos, indolor a não ser pela certeza de que as coisas estavam verdadeiramente mudando dentro de mim. O café da manhã foi feliz da partilha entre Lucas e eu de que, definitivamente, meu corpo começava a mudar, já que a DPP 18/04 ficava cada vez mais próxima e o meu maior pedido interno era de um trabalho de parto suave, com meu corpo se abrindo como uma flor vagarosamente, sem grandes impactos em minha pressão arterial que prejudicassem de qualquer forma aquele processo natural e ativo que desejávamos para acolher nossa filha neste mundo. Era o dia do "Chá de Beber da Aurora", eu realmente queria que o Lucas passasse um tempo com os meninos, já que nas últimas semanas estava se dedicando tanto a nós. E eu precisava de um tempo comigo mesma, para escrever a carta de despedida de minha barriga, que logo se iria. A mala da Aurora estava prontinha e revisada pela Dê na noite anterior. Fomos à farmácia juntos por volta das 15h30 e comprei todos os itens possíveis que uma puérpera precisa:  lingerie descartável, absorvente para seios, etc. Lucas saiu de casa às 17h, logo fechei também minha mala com pijamas e produtos de higiene e sentei na cama para me despedir da barriga. Escrevi como boa jornalista cinco meias páginas com várias contrações "monstro" - nunca tinha visto a barriga tão grande e fiz fotos-, dei o ponto final às 17h57, senti um calor descendo por meu ventre. Levantei rápido e em frente a porta do banheiro começou a escorrer pelas pernas: sangue. Seria o meu tampão começando a sair? De dentro do box liguei pra Dê. Já havia comunicado a ela as mudanças em meu corpo durante o dia e então aconselhou ligar pra médica. A dra Ju me pediu para deitar e observar se o sangramento parava. Lukinhas deitou-se ao meu lado e juntos abrimos a caixinha de mensagens escritas no Chá de Bênçãos da Aurora, feito em 03/03 quando das 33semanas (cabalístico?), lendo juntos as carinhosas linhas de minhas amigas e familiares. Notei que a barriga se comportava diferente, não sentia minha filha como antes, pedi conselhos à Dê, que me recomendou comer. Na cozinha, desceu três ameixas secas e tive novamente que correr ao banheiro. De lá, minha audição começou a sumir, abri o Whats e informei com brevidade às 19h40: Absorvente cheio. A dor tá aumentando. Acho que vou ter que chamar o Lucas. Pressão caindo, sinto isto. Chama ele pra mim. Vem você aqui. Vou precisar de ajuda. Estou escutando ao longe. E tá saindo mais líquido quente. Dê pergunta: "sangue ou bolsa?" Eu: acho que sangue. Dê: Vou ligar para o Lucas e tb já vou.
O drama só crescia e a dor somatizava. Tudo que eu conseguia fazer era me inclinar para a frente em cada contração - como tinha aprendido no treinamento para alívio da dor - e Lukinhas me trazia travesseiros para me acomodar no banheiro, algo muito quente saia de mim, seria a bolsa estourando? A noite já caia funda e chovia intensamente. Em três minutos escutara a frenagem dos pneus em frente a casa e o Lucas veio me acolher no banheiro. No olhar a possibilidade: havia chegado a hora de nossa filha chegar!? Ele me colocou na bola de pilates sobre uma toalha e tudo que eu conseguia fazer para interromper os infinitos era me inclinar para a frente e vocalizar Aaaaaaaaaaaaaa, como ajudava a passar por cada onda. Lucas me abraçava, me abanava, Aaaaaaaaaaa, senti o abraço quente da Dê por trás de minhas costas, Lucas comunicou a dra Ju: "Acho que ela está em trabalho de parto". Aaaaaaaaaaa. A Dê me olhou nos olhos e disse: "Vamos para o hospital, pois está evoluindo muito rápido". Eu: mas e se não for, eu não quero ficar internada por dias, quero viver este começo em casa! O sonho balançou. E eu pedi: me traz aquele vestido roxo. Ela passa a mão nas malas e com o Lucas, me acomoda no carro sobre outra toalha de banho. Da chuva e noite, nunca vi meu amor cruzar a Tocantins com tanta agilidade. Aaaaaaaaaa pegamos todos os sinais fechados, Aaaaaaaaaa ele buzinava, ligava o alerta e cruzava como uma ambulância verde sem sirene. Aaaaaaaaa ao pronto socorro do HSL veio a enfermeira com cadeira de rodas, eu me recusei a sentar, seria muito mais difícil suportar a dor passivamente. No pré-parto Aaaaaaaaa é você, que bom!, disse pra enfermeira Vero. Fui arrancando o vestido e o top, ela com o doppler ouviu Aurora, me fez um toque e sanguei ainda mais. Desmaiei. Pedi água. Vesti a roupa de Pré-Parto e mudamos de sala, chegou o dr. Petry, auscultou a Aurora que estava ativa e fez novo toque: está com 2cm de dilatação. Aaaaaaaa neste momento a Dê soprou em meu ouvido: "Dai, acho que vai ter que ser cesárea"... e um forte vento fez as minhas paredes mentais voarem como naqueles espirais intermináveis construídos por Kafka. E o meu parto... ia voando o pensamento... Aaaaaaaaaa chegou a dra Ju, ouviu Aurora, 125bpm, novo toque Aaaaaaaaaaa. "É descolamento de placenta, temos que fazer cesárea de emergência". Peguei em sua mão e deixando as lágrimas rolarem implorei: "Só salve a minha filha dra, faça o que precisar fazer!". Ela assentiu com ternura. Em um minuto minha veia estava calibrosamente pulsionada, caminhava para o centro cirúrgico amparada pelo Lucas e pela Dê, desmaiei novamente com pressão baixa. Ironia né. Na mesa cirúrgica os campos foram agilmente preparados e um suspiro de alívio tive ao olhar para o lado direito e ver o pediatra: Dr. Rodrigo Berlatto, que bom que é vc, dr., que vai receber a nossa filha! Ele me sorriu e disse: Ah, é você! Logo vou aí para conversarmos. Já me vi na posição para receber a raquidiana. Lucas ligou nossa playlist selecionada ao longo dos meses e eu reclamava da intensa luz em meus olhos. (Eu queria um parto suave, com nossas músicas, luzes baixas, cheiros e harmonia) Lucas protegia meus olhos e me abanava com o leque rosa da Dê. Da anestesia para o nascimento da Aurora foram apenas três minutos: 21h18 ela veio a este mundo pesando 2.310 gramas e 45,5 cm. Não ouvi nenhum choro, não pude receber minha filha no peito. Olhei para a Dê inquisidora: "Ela já nasceu!? Eu nem ouvi chorar! Ela nasceu mal!?" Lágrimas rolando... a Dê afirmou que sim, ela havia nascido, mas fraquinha, e já estavam cuidando dela. Me fez zoom na tela do celular e vi uma bebezinha rosa, repleta de vérnix, numa mesa repleta de campos cirúrgicos. Felizmente, o Lucas logo foi chamado para junto do pediatra, poderia estar com a nossa filha. A minha maior sorte do mundo era ter uma doula, porque tudo que eu mais queria era que cada instante de vida da nossa filha (longe dos meus braços) fosse acompanhada por ele. Li muito sobre contato primal durante a gestação e sonhava com aquele olho no olho fixo e intenso, ela quentinha acolhida em meu peito, Lucas com a cabeça sobre os meus ombros, ela poderia fitar profundamente a nós dois e descobrir o casal que mais a ama no mundo e que por ela fará de tudo nesta vida. Todo o quente que sentia eram minhas lágrimas rolando e o carinho das palavras da Dê, que ficou ali na minha cabeceira de centro cirúrgico todo o tempo, confabulando comigo o porquê foi importante ter esta brilhante cesárea humanizada, que os planos nem sempre se concretizam como sonhamos, mas acontecem da forma mais viável – pois toda mãe e todo bebê têm o parto que precisam! E eu respirava aliviada, porque minha filha havia nascido, recebia cuidados, meu corpo não representava mais um perigo diretamente nem a ela nem a mim, devido ao trabalho que estava sendo finalizado pelo dr. Petry e pela dra Ju, que veio falar comigo e reiterar que tudo tinha corrido bem, apesar do descolamento de placenta pela súbita elevação de PA e da emergência. Recebi mais que atendimento e a minha filha salva no mundo, recebi carinho! Vi a Aurora pela primeira vez da tela do celular da Denize, que por alguns instantes trocou de lugar com o Lucas, enchendo meu coração de calor. – Meu Deus, ela é linda! Que linda!!, rolavam lágrimas. Olhos abertos, rostinho inchado, aquela pele clara contrastava de uma forma tocante com as roupinhas rosas. Veio o pediatra, explicou a gravidade, que ela havia ingerido sangue e por isto passou por aspiração, mas que estava apenas no oxigênio e berço aquecido em observação, até às 23h. Denize e eu descemos para o quarto, fui encontrando pelo caminho rostos conhecidos que me traziam alívio. No quarto, antes mesmo do que esperava, Lucas entrava com ela em seus braços, beijando, já um pai tão prático em carregar a sua filha, vi que a intimidade entre eles era linda e louvei a Deus por tudo ter dado certo. Pude finalmente beijar a minha filha, sentir seu calor e passar o meu para ela, oferecer meu colostro, sentir seu cheirinho, e o mundo voltava para os eixos novamente. Tive a melhor cesárea humanizada que jamais sonhei! Ser mãe de menina é recompensador, é voltar no tempo em que você nem mais se lembra, é revigorar-se como menina-moça e mulher.

O crédito de todas estas fotos incríveis é da amiga e superprofissional Angela Zolet Palma, da Vogal Foto.Amor









quinta-feira, 12 de abril de 2018

SEXTA-FEIRA 13 Suspense "Trabalhadores de Ferro" faz chover em cenário e tem criatura de 2,50 metros




Curta do diretor pato-branquense Lucas Piaceski terá duas únicas exibições abertas ao público, no Cinemax Pato Branco

Filme produzido com a intenção exclusiva de participar do circuito de festivais nacionais e internacionais, o curta-metragem "Trabalhadores de Ferro" foi escrito e dirigido pelo pato-branquense Lucas Piaceski e filmado inteiramente em Pato Branco. Mas como toda obra independente que conta com vários colaboradores, surgiu a oportunidade de realizar duas únicas exibições para prestigiar a todos que colaboraram direta ou indiretamente e também dar veias à cultura local, já que se criou intensa expectativa sobre a obra. Nas duas últimas semanas, a imprensa pato-branquense deu vozes à história de suspense com roteiro simples e de fácil identificação, que conta a jornada de um soldador.
Na divulgação da Fanpage do curta se apresenta o enredo com a máxima: "se olharmos em volta, parece que todos estão fazendo o que amam". Pessoas documentando suas viagens no Instagram; estrelas de cinema trabalhando em projetos dos sonhos com recursos ilimitados. "No entanto, o outro lado é sempre invisível. Às vezes, pessoas que trabalham em chão de fábrica têm um sonho longe dali. Talvez ser músico, pintor, inventor ou o que quer que seja. Estas pessoas, na maioria dos casos, atrasam este sonho por tempo indeterminado, e isso acaba se tornando apenas uma lembrança no passado", problematiza o diretor, revelando que "'Trabalhadores de Ferro' é justamente sobre a luta de um trabalhador que quer mudar e ir atrás de algo maior. O tema ressoa muito com minha própria jornada, por isso quis fazer um filme sobre o assunto".
A jornada mencionada vem da necessidade de externar uma história pensando em algo maior; um roteiro de longa que vem sendo escrito há dois anos. Isto porque Piaceski estuda na Academy of Art University (AAU), em San Francisco, na Califórnia e relaciona-se com professores que trabalharam em Game of Thrones, Stranger Things, Disney, Pixar e em colaboração com grandes diretores como Steven Spielberg. "A produção de um curta-metragem torna-se mais um passo a caminho deste objetivo maior que é trabalhar intensivamente na indústria cinematografica", projetou.
Escrever e dirigir curta-metragens tem sido degraus alçados por ele para alcançar seu objetivo. Em 2016, lançou "The Savage" (O Selvagem), curta de quase cinco minutos gerado em projeto final da disciplina de Cinematic Storytelling e sagrou-se vencedor, na AAU, do Flashpoint Film Festival San Francisco - CA, além de no Brasil, finalista da Mostra de Terror-Metragem 2016 do Rio de Janeiro e da Mostra Agrícola de Cinema Orgânico (Maco) de Santa Rita, Pernambuco. “The Savage” foi exibido na Semana Literária do Sesc Pato Branco 2016, na qual o diretor foi convidado para explanar sobre a obra, que realiza uma releitura bastante particular do folclórico personagem Saci-Pererê, da cultura brasileira. Saiba curiosidades da produção em https://thesavageshortfilm.wordpress.com/
"Trabalhadores de Ferro" vem com o dobro do tempo, 10 minutos, e com novos desafios: como a criação de uma criatura inédita como antagonista, medindo 2,50 metros com uma longa capa preta e máscara de zebra, diversas cenas noturnas e a necessidade de fazer chover no cenário. É uma obra bastante inspirada no clima Noir. "Os elementos do estilo nos ajudaram a evoluir a narrativa e, como todo Noir, "Trabalhadores de Ferro" tem a presença de um assassinato, o suspeito anti-herói, e o detetive, que é o próprio público tentando montar este quebra-cabeça", apontou.
Ficou curioso? Então não deixe de assistir a uma das exibições públicas e únicas no Cinemax Pato Branco, neste sábado ou domingo. Basta adquirir o ingresso para o filme Um Lugar Silencioso, dia 14 ou 15 de abril, na sessão das 18h45, acessando o site www.cinemaxpatobranco.com.br ou direto na bilheteria. O curta será exibido antes do filme principal.

Daiana Pasquim - Jornalista DRT/PR 5613
Fotos: Lucas Piaceski
Agência PQPK



quinta-feira, 6 de julho de 2017

Literatura em Sementes


Os "10" livros que todos deveriam ler!?
tentador e árduo convite para listar os textos imprescindíveis de serem lidos na vida veio da colega de profissão Mariana Salles. Pretensão, angústia, honradez passaram pela cabeça na hora. Passada a euforia, a fórmula foi simples, listar numa página tudo que me veio à mente, os livros que mais me marcaram na formação pessoal e profissional, pois há uma certa doutrina que acompanha um estudante da área de Letras. Eu escorreguei e listei 12, como os discípulos, os meses do ano, os símbolos do zodíaco... 
Espero que gostem! Se já têm opinião ou curiosidade sobre algumas dessas obras, deixe o seu comentário ;)


O voo da Guará vermelha (2005), de Maria Valéria Rezende
Obra fora dos eixos de grandes centros é o primeiro romance desta freira escritora (premiada no Jabuti por Quarenta Dias e no Casa de Las Américas por Outros Cantos). Protagonizada por uma prostituta com Aids e um servente de pedreiro, ambos atravessando o seu próprio “sertão" (solidão). Do prisma dos invisíveis, o romance é uma homenagem às histórias, que dão novas oportunidades de vida para ambos. 

Como água para chocolate (1989), de Laura Esquivel
Obra latino-americana que inaugura um novo gênero, segundo alguns críticos, a cozinha-ficção. Explora a sensação do bolinho na gordura quente, a essência das lágrimas nascida da cebola, as formas de amor presentes na jovem Tita, a quem é imposto um costume cultural mexicano. A obra, que tem filme homônimo de Alfonso Arau, demonstra ser possível mudar destinos.

Um teto todo seu (1929), de Virginia Woolf
Apesar de ser uma obra de ensaios, não um dos famosos romances da escritora inglesa, mostra com nitidez o percurso que a mulher fez, principalmente no século XIX, para ter hoje suas conquistas, em especial no universo das letras.

Felicidade Clandestina (1971), de Clarice Lispector
Livro de contos muito indicado pelas universidades, promove um mergulho em seu âmago valorizando as minuciosas coisas da vida: na infância, na adolescência, na vida em família; desde um simples chiclé a um livro ou conquista para a vida toda.

Emília no País da Gramática (1934), de Monteiro Lobato
De uma forma leve e bem-humorada, a obra colabora com a aprendizagem de nossa língua materna. Perfeita para aqueles que detestam estudar Língua Portuguesa; faz cultivar a vontade de escrever, falar bem, compreender as ações da língua. 

Dr. Jekyll and Mr. Hyde (O Médico e o Monstro, 1886), de Robert Louis Stevenson
Uma das mais célebres histórias de horror da literatura mundial, clássico do Duplo. A obra do escocês escrita em seis dias a partir de um pesadelo é repleta de suspenses, com crimes, mistérios e investigações capciosas. 

A Queda da Casa de Usher (1839), de Edgar Allan Poe
Dramático universo aterrorizante, conto da literatura gótica carregado de melancolia que descreve a relação de um casal de irmãos, os Usher, na narrativa de um antigo amigo de infância. Se for para escolher ao menos uma obra de Poe para conhecer, obrigatório ser esse texto.

Casa-Grande & Senzala (1933), de Gilberto Freyre
Apresenta com nitidez a formação da sociedade brasileira escravagista e permite compreender algumas heranças da miscigenação, de costumes culturais e gastronômicos, de formação político-histórica, enfim, do “jeitinho brasileiro”.

Édipo Rei, de Sófocles (472 a.C)
Clássica tragédia grega, fundamental para compreender a relação mãe e filho, entre tantas outras significações. Por meio dele, indico de modo geral a leitura de mitologia grega, pois é um berço para compreendeer os mitos que sustentam o funcionamento da humanidade. Sugestão, Dicionário de Mitos Literários, de Pierre Brunel.

A Arte Poética (335 a.C. e 323 a.C.),  de Aristóteles
Primeiro tratado sobre a literatura de que temos notícia, disseca os elementos. Explica a formação de condições como a catarse e a mimese, e de produções como a tragédia e a comédia. Enfim, fundamental. Também indicaria O Demônio da Teoria, de Antoine Compagnon, que discorre sobre a dialética da leitura, as relações da obra, diante do autor, do leitor e do mundo. “O texto instrui, o leitor constrói”. Colabora na formação do sujeito crítico para a análise de textos artísticos.

Daiana Pasquim, jornalista, professora e mestre Letras: Literatura, Sociedade e Interartes

Artigo originalmente escrito em Maio de 2017

Matéria publicada no caderno Almanaque do Jornal Diário do Sudoeste Data: 13 e 14/05/2017

segunda-feira, 20 de março de 2017

CRÔNICA de INSS: Iguais Nunca Sofrem Sozinhos - a metamorfose



Faixa no pé, papéis na mão e nos olhos aquela expressão cansada de quem amanheceu com as galinhas e viajou cerca de uma hora para aqui chegar. A maioria de ônibus. Sentiu o frio da madrugada dessas vésperas de Outono, que em três dias chegará para as folhas metamorfosear. E nas mãos aquele calhamaço de folhas da previdência social: o requerimento de benefício por incapacidade, o atestado médico com o CID certo, os doze holerites que atestavam os reais recebidos no último ano, carteira de trabalho há tempos não assinada, comprovante de endereço (do município correto onde está morando agora - e não de qualquer outro lugar no qual já tenha feito a sua vida), RG, CPF, original e cópia; Ah, você é mãe!? Certidão de nascimento de seu filho, carteira de vacinação, original e cópia. E eu estou aqui ao vivo, cópia e original. Porque o original é o que precisa receber o benefício de um valor por hora contado como perdido - aquela metade do salário, o labor de quinze dias, vai se perdendo nos rostos inexpressivos atrás das mesas numeradas e azuis, na carranca dos médicos - menos quando conversam entre si - e nas faces de espera, impacientes, desoladas, amanhecidas, amassadas, enfaixadas, com pastas e sacolas de documentos em mãos. Papelada. Papelão. A cópia é o que vai se macerando em meio a esse cenário, o que sobra após tudo isso. Espero, espero tanto, as cadeiras e as folhas vão mudando de lugar: de botinas para sapatos femininos, de sapatos masculinos para sapatilhas, de tênis para sapatos, pessoas de peso e idades diferentes mas tão iguais. E as cadeiras do painel dois vão se esvaziando, eu esperando, esperando… É salteada, essa senha não sequencial,  atendimento espontâneo,  bla bla bla… Aquela sensação que não vai ser atendida nunca. Um suspiro profundo para manter a calma a cada senha chamada, que não a minha, gente que me é igual e chegou depois, bem depois. Já foi, já resolveu. E eu  espetada. Gostava do 7, do 47. A ironia dos números: tempo médio de espera de 40 min, cheguei 8h25. Já passou das dez. O horário de espera duas vezes. A sala que esvaziou, voltou a encher... Bla bla bla. Bonés,  boinas,  papéis.  Muletas, mais faixas, uma tossida, os móveis imóveis, os dedos mais grossos deslizando pelas telas, cabeças baixas naquela posição que em muito tempo prejudica a sua coluna, pés batendo no chão, mãos batendo nas pastas, dedos inquietos,  chapéus nas cabeças, oleosidade também. Uns bens cheirosos, com roupa de missa, outros nem tanto, todos à espera. Sentando, calando, tantos passando os dedos na tela, bateria fraca, paciência lenta, debilitada, quase esgotando. Mas vamos ficando, pensamento voando, presos anêmicos do sistema, essa previdência que me permite persistir, insistir, assistir aos passos, impacientes, para lá e para cá, papéis já um pouco amassados, bocejos, pés batendo, será que já perdi a senha enquanto escrevia? Levante a cabeça a cada sinal sonoro. Não perca, não esqueça, aqueça a esperança, está quente a sala, ainda bem que é quase outono. Uma boa mistura de ingredientes: uma porção de gente, de  discrepantes pachorras e traquejos, em que se adiciona o tempo e as condições da estação, somam um objetivo em comum. Metamorfose. Chamam meu maço de folhas, enfim. Pouco mais de duas horas depois. Tudo conferidinho, um leve sorriso, senha nova. Espera, espera. Mais passos de um lado para o outro contemplados em minha inércia. O segurança é o mais vivo, pois anda para lá e para cá. Ficar sentada chateia, achata, assenta, copializa… pouca brisa, ar condicionado, tudo fechado. Grandes máquinas com grade. Todos iguais. Gente, já ausente, só de corpo presente. O pensamento voa, voa, à toa, até ficar impaciente, novamente. Sou tão indiferente! De repente, a porta do senhor Doutor abre, chama um nome. Silêncio. Repete-0. Sem passos.
Qualquer voz do lado informa: “ela foi ao banheiro”. 

Escrito na manhã de 17 de março de 2017.
Foto: ilustração Pixabay



segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

RESENHA O Busão de Floripéia, de Salma Ferraz

Se beber, não dirija. Mas também não aceite a carona de estranhos. Pegue um ônibus, é bem melhor! 


Os desígnios dos teóricos da literatura, em dar voz a produção "ex-cêntrica" são concretizados pela escritora Salma Ferraz, por meio dos personagens que costuma criar, clima que muito senti ao ler O Busão de Floripeia (Edifurb, 2016). Eu me lembrei da teórica canadense Linda Hutcheon (Poética do Pós-Modernismo: História, Teoria e Ficção, Imago, 1991). Salma evoca Ferreira Gullar (Uma luz no chão): “A história humana não se desenrola apenas nos campos de batalhas e gabinetes presidenciais. Ela se desenrola também nos quintais, entre plantas e galinhas, nas ruas de subúrbios, nas casas de jogos (…)”. 
O "povo nosso de cada dia" é a fonte de inspiração de suas obras. Neste seu trigésimo livro, são os motoristas de ônibus da Ilha da Magia (seus cobradores e passageiros) que dão os conteúdos para as histórias. O tom verídico dos textos está na preservação fiel das variações linguísticas, colocando o leitor quase que na condição de espião dos "causos" contados. Um dos pontos altos é "Susy Cuecão", que faz cair por terra o machismo arraigado como um plot twist, após o texto todo provar a sustentação do "homem macho". Território não só dominado, como já catalogado pela autora em seu Dicionário Machista (Jardim dos Livros, 2013 - Leia resenha http://bit.ly/DePasquimDicMach). Comoveu-me “A bênção da matriarca”, que atualiza uma relação entre mãe e filha, por meio do dogma da fé - e do sexo. 
A maioria das histórias gira em torno do sexo: do fazer, do pensar, do querer algo sobre ele. Daí se depreende uma leitura cotidiana como sendo "aquilo" o principal antídoto para o stress dos profissionais que pelo centro rodam. 
Há em O Busão da Floripeia muito do clima que já tínhamos em Nem sempre amar é tudo  (Edifurb, 2012 - Leia resenha em http://bit.ly/DePasquimNSAmarétudo), obra em que empregadas domésticas e idosos já afloraram histórias superssensíveis. 
Ler O Busão é tomar conhecimento do texto de Salma em sua formatação mais ousada. Histórias de famílias são narradas no entorno do busão. E muitas delas atacam preconceitos ao lhes encarar de frente e da forma mais simples.
O livro dispõe ainda de uma riquíssima caída histórica local, começando com inclinações poéticas e musicais de personas culturais de Florianópolis: digo histórica, uma vez que Salma catalogou e contou alguns dos marcos sociais-culturais das produções da ilha da Magia, no começo e meados do século XX. Há peripécias vividas e destacáveis formações profissionais que se pode conferir nos currículos que vêm em nota. Floripeia é sempre a musa inspiradora destas poesias e músicas no prólogo da obra. 
Em tempo, os traços do ilustrador Fabrício Garcia, o Manohead, fizeram-me demorar na capa e ativar o imaginário antes da leitura de cada uma das nove viagens roteirizadas por ela para embarcar e se envolver. 
Uma vez tive o prazer de publicar uma entrevista perfil de Salma Ferraz (Diário do Sudoeste, 2012), entitulada “Ela é o livro” na qual fiz a analogia “alma feroz”. Para mim, ela sempre soou assim. Leia aqui http://bit.ly/DePasquimElaéolivro 
Quem sabe a magia de Salma em seus textos popularescos seja alcançada por já ter escrito teóricos com tanta propriedade "sobre Deus e o diabo”. Assim, alcança territórios instáveis com muita facilidade e passa do grotesco e desbocado para uma leitura da humanidade. Ela escreve o inconsciente coletivo e verbaliza frases que muitos pensam e poucos dizem.



Salma foi minha professora na licenciatura em Letras Português e Literaturas em Língua Portuguesa na UFSC (2008-2012) e desde então tornou-se uma amiga querida. É um prazer receber seus livros em primeira mão e poder dissipar entre os meus. O pacote amarelo com o timbre da UFSC chegou em novembro de 2016 e a resenha estava prometida deste então, rascunhada nos primeiros quinze dias, tão logo li. Faltava o pente fino. Peraltices pessoais e dissertativas me impediram de publicar antes. Mas a passagem ainda é válida, está fresca, dá tempo de vc pegar esse busão!

terça-feira, 12 de julho de 2016

Uma história de amor e ervas aromáticas



Carreira: acreditava que não tinha perfil para Administração. Quando comecei na Faculdade Mater Dei, vi que era para mim, sim!” (Sandra Luiza de Oliveira)

por Daiana Pasquim | Foto e Arte: Lucas Piaceski

O aroma de manjericão, as cores das pimentas e a vivacidade da estufa rústica têm enchido os dias da administradora Sandra Luiza de Oliveira. Da Fazenda Gasperin, localizada em Mariópolis (PR), sai a produção mensal de ervas aromáticas, medicinais e condimentares, que entrega em um dos maiores supermercados de Pato Branco. 
Em 2008, ela trancou a graduação em Ciências Biológicas - quase concluída na UFPR (inclusive com apresentação de TCC, faltando apenas validar três disciplinas)- para vir ao Sudoeste se casar com o odontólogo Paulo Sérgio Gasperin. A distância da Capital e o amor falaram mais alto e ela se motivou a recomeçar um novo curso por aqui. Da ideia e vestibular para Agronegócio, acabou guinando para o curso de Administração na Faculdade Mater Dei. "O Anderson (Michelin, coordenador) me mostrou quanto às vantagens em estudar Administração. Acreditava que não tinha muito perfil, o primeiro vestibular que passei na vida foi em Adm, aos 20 anos, mas não quis fazer. Quando comecei na Mater Dei, vi que era totalmente ao contrário do que imaginava. Que era para mim, sim!", afirma convicta.
Já no 2º semestre de ADM entrou para a empresa júnior, na qual subiu de consultora para diretora-presidente. “Um dia a Stela (Maris de Lara - coordenadora Mater Junior) me perguntou o que eu pensava para meu futuro? Tinha uma certeza: queria trabalhar com plantas. Unir a Biologia com a Administração". Daí se concretizou o projeto de conclusão de curso com os colegas de grupo. 
Meio ano após a formatura em 2013, superado um hiato de amadurecimento, resolveu investir. Já pós-graduada em Gestão da Pessoas - Turma 4, da Faculdade Mater Dei (2014) e morando em fazenda, Sandra viu a oportunidade para remexer na terra e lançar sua semente de futuro. Iniciou, desta vez sozinha, o cultivo e comercialização de ervas em bandejas, para vender em agro-veterinárias de Mariópolis e Pato Branco. O negócio foi se definindo melhor há um ano (completados neste julho), quando começou a cultivar em vasos maiores e vender a planta no supermercado. "Dei uma expandida, aumentei a minha estufa de 60 para 100 metros e comecei a cultivar tempero fresco. Manjericão é o meu carro-chefe. Vendo a planta viva para quem quer cultivar; e o tempero fresco na bandejinha para usar em casa. Agora comecei a cultivar também um mix de ervas em jardineiras e algumas variedades de pimentas”.
Sandra ainda não têm funcionárias, mas caminha para a formalização. Até junho trabalhava apenas como produtora rural, quando procurou o Sebrae para se registrar como Microempresária Individual (MEI) e agora investe para criar seu nome no comércio. “Quero registrar uma marca, alavancar um pouco mais as vendas e ir para outras cidades. Tenho ambição em crescer”, projetou a empresária.

O marido, ah sim! Há dois anos e meio desmontou o consultório odontológico para se dedicar, como Sandra, a ser empresário rural. Indiscutivelmente, vocação e carreira na região. 


Reportagem realizada em julho de 2015 e publicada na sessão Carreira da Revista Okay.