sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

As bruxas me atraíram na Ilha da Magia

Pequeninas poções mirabolantes que estão incitando meu âmago deram forças para a ressurreição deste texto. Sempre fui apaixonada por bruxas e tudo que as envolve. Escrevi este conto memorial, originalmente, para a editoria Viaje com o Diarinho e ele foi publicado na edição 148 deste jornal infantil, de 27 de outubro a 9 de novembro de 2013. 

Encontrei-a na porta de um restaurante português
Chapéus grandes e pretos, rosto enrugado com verrugas, roupa escura e medonha. Risada de deboche e mãos que mais parecem garras. Elas são capazes de despertar em nós as mais estranhas curiosidades. Bruxas. Em janeiro de 2013, fiz com meus Lucas (marido e filho) um final de semana de turismo por Florianópolis, a capital de Santa Catarina, quando tive a oportunidade de tirar foto ao lado de uma bruxa muito alta e assustadora. Sim, veja na foto como ela tinha o chapéu amassado e até sorria, mas sua expressão revelava que talvez tivesse a intenção de me devorar. Olhe para meus olhos arregalados, acha que tive medo?
Fizemos o passeio a convite da minha professora de Literatura e doutora em Teopoética, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Salma Ferraz, que é escritora também e muito entendida sobre bruxas. Ela nos convidou para, no outro dia, ir conhecer a ilha dos açorianos, onde as lendas sobre as bruxas eram ainda mais fortes em Florianópolis, que também é conhecida como “a ilha da magia”. O mito da bruxa é tão antigo como a atual Santa Catarina. Acredita-se que as bruxas vieram para Florianópolis na época da colonização açoriana, de navio, quando estas, junto de escravos negros e pessoas doentes, eram banidas da Europa. Também se acreditava que a sétima filha mulher de um casal, seria bruxa, a menos que fosse batizada pela irmã mais velha.
No imaginário das crianças, a ideia das bruxas ganhou popularização com o Halloween, festa típica dos países anglo-saxônicos, com especial relevância nos Estados Unidos, Canadá, Irlanda e Reino Unido. Vemos casas velhas, abóboras e bruxas, como estas que escolhemos para ilustrar esta página. Os antigos contam que a bruxa era má. Suas vítimas eram sempre crianças (pense que assustador), animais pequenos e lavouras em crescimento. É o que dizem os moradores mais antigos na ilha.
Pagamos a passagem e entramos no barco para a viagem que durou cerca de meia hora em alto mar até atravessarmos da Barra da Lagoa da Conceição até a ilha dos açorianos. Chegando lá começamos a caminhar por entre as casinhas que tinham muitas ervas nos quintais. Conclui que as bruxas de lá eram iguais a essas que vemos nos desenhos, por conhecerem muito sobre as plantas e os seus efeitos no organismo. Meus olhos eram atentos para todos os lados para ver se encontraria alguma mulher assustadora saindo de trás daquelas casinhas. Quando erguíamos o olhar víamos muito mar e várias outras ilhas, que provavelmente, estariam cheias de outras bruxas. Depois de seguir trilhas, subir morros e andar por entre os lares e igrejinhas, paramos no deck de um restaurante à beira-mar para almoçar. Nenhuma bruxa apareceu.
Segundo os moradores da ilha, deve-se fazer a oração Pai-Nosso e Ave-Maria toda sexta-feira às 18h, e andar sempre com alho no bolso, para proteção, pois a bruxa de hoje não tem qualquer aparência especial. É uma mulher comum, que pode ser até uma moça bonita, não voa em vassoura e não tem chapéu pontudo. Segundo Franklin Cascaes (grande pesquisador das lendas de Santa Catarina) estas bruxas atuais são mais perigosas... que sorte eu tive ao tirar a foto ao lado de uma estátua.

Halloween

A Data de 31 de Outubro é mundialmente conhecida como "O dia das Bruxas ou Halloween" (nome original na língua inglesa). É um evento tradicional e cultural com origem nas celebrações dos antigos povos. A palavra tem origem na Igreja católica, da tradição contraída do dia 1 de novembro, o Dia de Todos os Santos. Os estudiosos dizem que é uma versão encurtada de "All Hallows' Even"(Noite de Todos os Santos), a véspera do Dia de Todos os Santos (All Hallows' Day). "Hallow" é uma palavra do inglês antigo para "pessoa santa" e o dia de todas as "pessoas santas" é apenas um outro nome para Dia de Todos os Santos. No século V DC, na Irlanda Céltica, o verão oficialmente se concluía em 31 de outubro. O feriado era Samhain, o Ano novo Céltico. Alguns bruxos acreditam que a origem do nome vem da palavra hallowinas - nome dado às guardiãs femininas do saber oculto das terras do norte (Escandinávia). Com o tempo, as pessoas passaram a se referir à Noite de Todos os Santos, "All Hallows' Even", como "Hallowe'en", e mais tarde simplesmente "Halloween". O Halloween marca o fim oficial do verão e o início do ano-novo. Lá, celebra também o final da terceira e última colheita do ano, o início do armazenamento de provisões para o inverno, o início do período de retorno dos rebanhos do pasto e a renovação de suas leis. Era uma festa com vários nomes: Samhain (fim de verão), Samhein, La Samon, ou ainda, Festa do Sol. Mas o que ficou mesmo foi o escocês Hallowe'en. (Além da imaginação)

Importante: A foto é real e os desenhos da página Diarinho são ilustrações criadas pelos alunos Roselaine Camargo, Diana Marçal, Rauany V. F., Kamilli G. de Quadros e Vanessa Tabaka

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