sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Crítica literária: “Ela disse, ele disse”, de Thalita Rebouças

Cinco horas do domingo ensolarado são necessárias em média para se apoderar de tudo que “Ela disse, ele disse”, a história dos adolescentes Rosa e Leo, narradores-personagens criados pela brasileira Thalita Rebouças. Eles se intercalam dando suas opiniões sobre as mesmas cenas, no livro sem capítulos, mas alguma trama típica de quem viveu uma década e quase meia. É uma obra que mergulha no universo adolescente, com excesso de inseguranças, surtos e coisas “fofas”, palavra que ao terminar o livro, move-nos a curiosidade de perpassar as linhas para contar quantas dezenas de vezes apareceu. 
A meu ver, a história peca em descrições: desde o sobrenome de Rosa, a fisionomia dos protagonistas e o espaço em que convivem, algo que me parece tão caro para dar segurança aos adolescentes - observar muito as pessoas e o universo em que vivem. Contudo, “Ela disse, ele disse” promove um total mergulho no âmago dos adolescentes, trazendo à tona as maneiras tão diferentes de vivenciar o mesmo fato. Ele e ela têm visões diferentes, embora ambos sejam filhos de pais separados que também não ganham muita personificação na trama, em especial a mãe da moça. Qual é a sua profissão? 
Se Rosa manda no cenário no começo, depois é Leo que parece tomar as rédeas da narração e são com suas impressões que o livro termina. A mocinha também quase se torna uma coadjuvante perto de todas as investidas de sua rival, Julia, que faz de tudo para promover a expulsão dos dois da escola, por puro ciúme doentio. Mas é uma “fofa” história de amor que ensina muito de relacionamento interpessoal aos adolescentes! Ao terminar a obra sugiro a você, adolescente, responder: Como você se identifica com o que “ela disse, ele disse”? Qual personagem mais se parece com vc? A leitura é altamente recomendável. 

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