Noto que os alunos do Ensino Médio, já no primeiro ano (tenho 90 alunos em três turmas), são providos de um forte senso crítico. Eles estão na fase de fazer mais e mais. Sou grande incentivadora para que construam-se perante a sociedade. Escrever suas ideias e publicá-las, como num artigo de opinião, é uma das mais sérias formas de ganhar reconhecimento social e familiar. Hoje publico os textos de Guilherme Antônio Gallina, Wellington Felipe Hack e Ana Yzadora Iurckevicz Dias.
Dormiu de novo?
Guilherme Antonio Gallina, 15
Aluno da prof. Daiana Pasquim no 1 ano do Ensino Médio do Colégio Águia
de Pato Branco – PR. Morador de Saudade do Iguaçu
O mundo inteiro acompanhou nas últimas semanas todas as
manifestações que aconteceram no Brasil. A “bomba estourou” quando o prefeito
da cidade de São Paulo anunciou o aumento na tarifa da passagem do transporte
público, que por acaso não faz jus ao nome. Após esta manifestação, parece que
todos os brasileiros acordaram e foram para as ruas, manifestaram, exigiram e
por fim conseguiram a revogação do aumento, porém as causas de protestos eram
múltiplas.
As redes sociais estavam
infestadas de manifestantes indignados com o governo e isso foi uma ajuda
crucial para os manifestos tomarem dimensões gigantescas. Enfim o povo tinha se
livrado das amarras do governo e da mídia e o “pão e circo” pareciam ter acabado,
isso mesmo, PARECIA. Nesta última semana estavam acontecendo os jogos decisivos
da Copa das Confederações, a qual o Brasil estava participando. O
pronunciamento feito por Ronaldo parece ter surtido efeito. A maior parte das
pessoas que protestaram e estavam indignados pararam para acompanhar os jogos
da seleção nacional. Vários posts no Facebook
estavam ligados à conquista da copa em cima da tão temida seleção espanhola.
Para onde foram todas aquelas pessoas indignadas? O espírito da alienação está
de volta?
Pois é, todas as pessoas que
pretendiam mudar o país deixaram de lado o espírito revolucionário para
acompanhar jogos de futebol. Milhares de pessoas voltando a fazer parte da
massa que é facilmente conquistada com “pão e circo". E então só resta
fazer uma pergunta ao povo brasileiro: de que adianta se revoltar com as
atitudes do governo se depois de alguns dias os mesmos revoltados “aplaudem” as
atitudes dos governantes?
Liberdade! Liberdade! Abra a asas sobre nós,
e que a
voz da igualdade seja sempre
a nossa voz!
Wellington Felipe Hack, 14
Aluno da prof. Daiana Pasquim no 1 ano do Ensino Médio do Colégio Águia
de Francisco Beltrão. Morador de Renascença – PR
O que são 20 centavos? Para algumas pessoas pode
valer muito, para outras não têm valor algum. Mas esses
20 centavos podem iniciar uma revolução, ou melhor, podem acordar um gigante.
“Deitado
eternamente em berço esplendido”, uma frase do Hino Nacional que retratava o
Brasil até o dia 6 de junho de 2013. Nesse dia que entrou para a história, os
brasileiros não se calaram diante de tantas injustiças e erros que dominavam o
país. Nesse dia ninguém sabe o que aconteceu nem de onde veio esse grito, só
sabemos de uma coisa, o povo mostrou seu poder e despertou o gigante que muitos
achavam que iria dormir eternamente.
Começou como um
dia normal até que foi anunciado o aumento da tarifa do transporte coletivo em
São Paulo, em 20 centavos. Nesse momento ouviu-se o “Brado Retumbante” do povo
brasileiro. O grito de ódio, a raiva, a vontade do povo veio à tona. Nada mais
segurou o Brasil. Milhares de pessoas em São Paulo deram coragem ao povo para
ir às ruas, desde as grandes metrópoles até as cidades do interior do Brasil e
do Mundo. Jovens, velhos, pobres ou ricos, todos gritavam a mesma coisa:
‘‘Queremos um Brasil novo!’’.
Durante muito
tempo o povo ficou calado diante de tantas injustiças. A nossa educação: a pior
do mundo. A saúde pública defasada. O transporte público em péssimo estado.
Mensaleiros soltos. Políticos roubando a ‘torto e direito’. Esse e outros
motivos foram se acumulando. Veio a Copa de 2014, o dinheiro de nossos impostos
ao invés de ir para serviços públicos, foram para os estádios. Obras
superfaturadas, desvios de verbas. O povo não aguentava mais. Nossa carga
tributária sendo a maior do mundo e nada funcionava no país. Veio as PECs da
impunidade. A paciência da população estava se esgotando. O povo começou a
acordar. Mas faltava coragem, organização. Até que um dia alguém tomou frente e
o povo foi às ruas.
Ninguém estava
preparado para isso. Nem o povo, o governo, a mídia. Os movimentos causaram
choque no mundo. A imprensa internacional estampava o Brasil nas capas. Os
movimentos tomaram conta do país e do mundo. Algo que ninguém jamais tinha
visto. O povo que aceitava tudo calado, tinha se revoltado.
O Brasil tinha
trocado sua frase de “Deitado eternamente em berço esplendido” para “Verás que
filho teu não foge à luta”.
Esses movimentos
apesar do vandalismo, foram o maior salto dado pela população brasileira. Pela
primeira vez os nossos políticos temeram o povo. A tensão estava presente em
qualquer lugar. Ninguém sabia o que estava ocorrendo, mas todos tinham certeza:
o povo tinha acordado; e ele estava furioso.
Desse dia em
diante o gigante começou a andar, apesar de ser em passos lentos, ele deu o
primeiro, do que se espera que sejam muitos.
Nesse dia ficou
provado que 20 centavos têm mais valor do que se imagina. Mas não foi só isso
que levou o povo às ruas. Tudo o que ficou durante muito tempo guardado no
povo, se soltou. Desde o aumento das passagens do transporte coletivo, a PEC 37
e 33, a saída de Renan Calheiros do Senado. São muitos os motivos pelos quais
as ruas foram tomadas e resultados foram vistos.
As tarifas dos
transportes já foram baixadas, a PEC 37 foi rejeitada, foi apresentada uma
proposta para reforma política. O Senado e o Congresso começaram a trabalhar
para o povo. Isso mostra que o povo tem poder. Mostra que não devemos servir
aos políticos e sim eles a nós, pois eles são funcionários públicos, como
professores, zeladores, médicos e cozinheiros.
Mas tem muita
coisa ainda para o povo lutar. Isso foi só o começo, o primeiro passo foi dado
e devemos continuar andando. Um país não se muda de um dia para outro, mas com
tempo tudo se ajeita. Que não desistamos, pois somos brasileiros, e como todos
dizem, não desistimos nunca!
Quem diria que
um dia um povo que sempre aceitou tudo, que sempre se calou diante dos erros,
um povo que só pensava em futebol, iria acordar. Que esse povo ia fazer uma
revolução e chamaria a atenção do mundo inteiro. Que esse povo ia lutar pelos
seus ideais. É como diz o nosso Hino da Independência: “Vosso peito e vossos
braços são as muralhas do Brasil”. E vamos continuar lutando, nem que seja com “as
muralhas do Brasil”.
Caminhar, lutar, seguir a canção
Ana Yzadora
Iurckevicz Dias
anayzadora@hotmail.com
Aluna da
prof. Daiana Pasquim na 1ª série B do Colégio Águia
Pato Branco
-PR
O povo brasileiro saiu às ruas
manifestar, e não, não foi apenas pelos 20 centavos no aumento das passagens de
ônibus, esse foi o estopim, mas antes destes haviam outros problemas.
Corrupção, “Copa”,
falta de boa infraestrutura são pontos altos e questionáveis em todo esse
movimento. Não podemos generalizar falando que todos os representantes
políticos são corruptos ou então que a copa não vai contribuir em absolutamente
nada, para o Brasil.
Os 20 centavos deram
um basta e fizeram com que o povo brasileiro saísse mesmo às ruas e colocasse
para fora tudo o que queriam falar, como por exemplo, a falta da educação e
saúde de qualidade.
A quem diga (Ronaldo
Fenômeno) que o hospital não faz copa, e não faz mesmo. Mas será que o Brasil
estava pronto para receber - lá sim o grande torneio futebolístico mundial, porque ela vem e volta os olhares do mundo
para o Brasil , nosso Brasil então país sede. Mas não é a copa que vai tirar pessoas
das ruas, deve de alguma forma haver o balanço entre ambos prós e contras,
analisar, protestar.
É o gigante acordou.
O Brasil resolveu falar de sua insatisfação com algumas coisas que precisam
mudar. Não houve corrupção?! Será? O dinheiro do imposto, aumentos espantosos
no supermercado e os superfaturamento na construção dos estádios da Copa houve,
“né”?
Manifestar, e ser
punido por policiais - que sim devem estar junto aos movimentos -, mas não
punir de forma violenta a toda a população, já que eles também são cidadãos
brasileiros . Já quem vai para a manifestação com o intuito de vandalizar ou
roubar esse sim deve ser punido porque esse não o que o melhor para o grande
verde e amarelo, esse que pratica a violência que gera a violência , e quem sim
vai para protestar quanto á atos concretos acaba sofrendo com os atos dos
outros.
Caminhar, lutar seguir a
canção, Brasil mostra a sua cara, pra não dizer que não falou das flores,
manifeste, proteste, não vandalize, vem pra rua !
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