quarta-feira, 17 de julho de 2013

CRÔNICA - Doença no pomar verde amarelo, de Gabriela Fontana

Basta se permitir "correr o risco". Hoje tive a satisfação de ver publicado no @DiariodoSudoeste a crônica de minha aluna do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Águia de Francisco Beltrão, Gabriela Fontana. Dotada de criatividade e senso crítico, escreveu essa crônica impactante, que já havia lido em sala de aula.
Como jornalista e professora tenho coletado inúmeros textos e, sempre que o aluno autoriza, publicado ou enviado a jornais. É uma satisfação para educador e educando. Assim, crescemos juntos!



CRÔNICA
Doença no pomar verde amarelo

Cresci ouvindo meus familiares dizendo que no Brasil nada é como deveria ser. Que a frase “no futuro” nunca chegava. Inclusive, que a palavra político deveria ter, no dicionário, o seguinte significado: (subst) 1. Mentiroso; 2. Corrupto; 3.palhaço bozó. Num conto de fada ficaria mais ou menos assim: o político correto, com muita bravura, recupera os sentimentos ruins do mundo e fecha novamente na caixa de Pandora.
Os brasileiros têm o papel das plantas nesse teatro, ou seja, não falar nada, ficar mudo, só nascer, crescer, dar frutos, murchar até morrer. Era mais ou menos assim que acontecia. Nesse imenso pomar tem as árvores que dão frutos que por ventura são colhidos e plantados novamente dariam mais árvores  para o pomar.
Um dia todas as árvores estavam seguindo sua rotina até que de repente uma praga revolucionária se espalha por todas elas, infecciona cruelmente cada galho, cada folha verdinha dessas árvores. A peste estraga os negócios, danifica os frutos, fazem as árvores pensarem. Rapidamente, o fazendeiro tenta conter essa praga, joga bombas de efeito moral, balas de borrachas, inseticidas à cavalo, mas nada adianta. A peste continua a se alastrar.
Tentando acalmar a peste e utilizando-a de maneira para explicar o apodrecimento. O “fazendeiro” uma análise da situação e por meio de um discurso coloca em tópico os fatores que contribuíram diretamente para a doença: a pouca venda, a demora nos serviços, falta de profissionais, entre inúmeras outras desculpas, mas como era previsto não adiantou. Já contaminada pela terrível praga, as árvores mais jovens começam a se desprender do solo ganhando um renomado suplemento de cidadania e vão para as ruas, pois essa é a luta dos frutos das árvores da raça cara-pintada. Essa é a espécie nativa geração coca-cola.
“A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho normal!” (Albert Einstein)

Gabriela Fontana, 15
Aluna do  ano do Ensino Médio do Colégio Águia de Francisco Beltrão

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