quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Grãozinho do Sudoeste ganha palco na capital

Texto infantil de Vilmar Mazzetto vira espetáculo na Biblioteca Pública do Paraná

Daiana Pasquim
Era uma vez, um grãozinho que foi batizado de feijãozinho. E ele era apaixonado. Também apaixonante. Uma menina bonita chamada Fabiane de Cezaro, que virou uma alface em 2004, certa vez conheceu “O Grãozinho Apaixonado”. Ela alface, ele feijão, conviveram por 50 espetáculos, acompanhados da cenoura (Marco Aurélio Fraporti Vigineski), da banana (Anselmo Hofstatter), da ervilha (Maria Cristina Particheli) e do arroz (Valdecir Antônio de Lima). Todos os vitaminados, e o protagonista na época, Anthoni Quaglioto Cruz (Grãozinho Feijão) davam vida aos personagens do texto do sudoestino Vilmar Mazzetto, encantando crianças de Educação Infantil até o 2º ano do 2º ciclo do Ensino Fundamental, trilhando o roteiro de apresentações em Quedas do Iguaçu, Ampére, Realeza, São Jorge do Oeste, Marmeleiro, Mangueirinha, Pinhal de São Bento, Francisco Beltrão e Renascença.
Passados sete anos, a ex-aluna, mas eterna aprendiz daquele que foi o desbravador da dramaturgia no Sudoeste, a “alface” Fabiane de Cezare está se formando em Artes Cênicas em Curitiba, e sugeriu a representação do texto aos colegas de curso. O resultado? O texto do autor Beltronense Vilmar Mazzeto: O Feijãozinho apaixonado foi montado em Curitiba por um Grupo de artistas das artes cênicas e está em cartaz na Biblioteca Pública do Paraná, lotando o auditório em Curitiba. No dia 19 de agosto de 2011 a Cia. de Teatro Variados estreou o Espetáculo Infantil O Feijãozinho Apaixonado, texto de Vilmar Mazzetto, com pequenas adaptações, como a de nomear o antes “Graozinho” de “Feijãozinho”, autorizadas pelo autor.
A peça infantil tem como tema principal a importância das vitaminas dos alimentos, mas também trabalha o romance infantil. Na sinopse original, o espetáculo teatral "O Grãozinho Apaixonado", é um romance infantil, que retrata a chegada do Grãozinho de Feijão no jardim da Vó Viroca, de uma forma bem humorada. Onde já moravam: Alface, Banana, Cenoura, Ervilha e o Arroz. Todos se apaixonam pelo grãozinho e no decorrer do espetáculo cada personagem expõe seus defeitos e qualidades tentando convencer assim com quem ele irá se casar. Essa decisão só ocorre com a ajuda das crianças, que irão decidir com quem ele irá se casar.
A Cia. de Teatro Variados iniciou suas atividades no ano de 2011 em Curitiba, composta em partes por alunos da Faculdade de Artes do Paraná (FAP), os atores vieram de diversas regiões do Brasil para cursar FAP e desenvolver seus trabalhos artísticos. O bacana é que na encenação desate texto de Mazzetto há vários sudoestinos. Os atores são: Amanda Amaral (Cuiabá - MT), Fabiane de Cezaro (Coronel Vivida - PR), Guto Rodriguess (Ouro Preto - RO), Kaliupe Sachet (Cascavel - PR) e Maruca Franco (Rio Claro – SP). Direção: Evandro Teixeira (Coronel Vivida – PR).  Figurino: Gregory Martins (Blumenau – SC). Sonoplastia: Luiz Fernando Picolotto (Francisco Beltrão – PR). O criador da Sonoplastia morou por alguns anos na Itália e tem um gosto requintado e aguçado para música.

Mazzetto
Completando 25 anos de dramaturgia em 2011, Mazzetto está encantando com ter seu primeiro texto conhecido na Capital do Estado.
- É uma emoção muito grande. Eu sempre digo que um texto dramatizado para o teatro pode atingir de 100 a 120 mil crianças, mas um mesmo texto em forma de livro, nem todo mundo vai ler. A dramaturgia teatral alcança muito mais que um livro.  É uma emoção muito grande saber que estão apresentando na capital um texto meu. Isso ajuda a divulgar a dramaturgia do interior, comemora.
Se é que ainda precisa apresentações, Mazzetto foi precursor do teatro na região, quando criou a Cia de Teatro Théspis, a primeira do Sudoeste, mencionando Théspis, o primeiro ator na Grécia. Diretor da Cia, o que mais gostou de interpretar foi o bandido Berti Toga, de “Naufrágio de Ilusões”, que ficou dez anos em cartaz. Ainda ficou a vontade de fazer um louco. Atualmente, é o secretário de cultura de Renascença e presidente da 14ª Regional de Cultura do Paraná. Para ele, o mais interessante é fazer personagens bem diferentes de si mesmo, para se dar a oportunidade de pesquisar e conhecer mais.
- São quase 200 obras. Escrevi muito para criança daí fui fazer Magistério para entender esse universo infantil. Depois cursei Pedagogia. Parei de atuar faz dez anos, só dirijo e escrevo. A saudade do palco é grande. Às vezes eu digo: “que vontade de ir fazer esse personagem”. Mas ainda quero fazer um personagem bem torturante.
Sobre o crescimento de sua peça infantil, Mazzetto olha com serenidade, colhendo os frutos de um trabalho bem pautado. - Eu brinco que os pais de hoje eram as nossas crianças de 25 anos, então os pais incentivam a assistir. O teatro tem essa função de educar instruindo. Alem de a criança ter acesso, tem que ter cunho educativo e pedagógico. As vezes se consegue prender atenção de 1.200 crianças, o que parece ser impossível na escola. Segurar mil e poucas crianças em silêncio o tempo que tiver, só se for um trabalho bem feito.

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