Conceituar Buffallo exige ultrapassar a selvageria, respeitar a robustez e reconhecer
a vontade de ir adiante. Não à toa este é o nome do novo – e primeiro- álbum
oficial de Christoferson C.O, a banda genuinamente pato-branquense composta por
Lucas Piaceski (vocal, guitarra e órgão), Matheus Angeli (baixo) e Luis
Henrique Cunico (bateria). Diferencial e curiosidade desta produção estão nos
fatos de o álbum ter sido gravado em casa e com apenas um microfone, um Blue Yeti. Tem variações instrumentais
que abraçam o violão, o baixo, duas guitarras com afinações diferentes, a harmônica,
o órgão, o cajon, a bateria e os instrumentos
de percussão, além de sons gerados pelo ambiente caseiro, que dão o diferencial
à produção, como risada de criança e até trovões tremendo o telhado.
Foto: Daiana Pasquim/Christoferson Agência Audiovisual |
Tem-se pela frente uma estrada limpa onde o
automóvel é impulsionado a rodar cada quilômetro; uma baleia mergulhando no
oceano azul e estranhamente flutuando mais que pluma; um duelo árido entre dois
homens ávidos; uma elevação da alma suplicante; esses são alguns dos climas
sentidos ao ouvir o álbum.
Já tendo realizado alguns demos, mas nunca os
transformando em álbum físico, como Blue
Moon - Lado A, com cinco músicas
divulgadas no https://soundcloud.com/christofersonco,
a grandiosidade da lua cheia volta com tudo para
incentivar mais uma produção. Não só pela rotina, mas especialmente por isso,
as canções de Buffalo foram compostas, em grande maioria, no período noturno. Sempre
que o líder da banda, Lucas Piaceski aproveitava para extrapolar ainda mais as
artes que faz durante o dia, como editor audiovisual, ilustrador e
arte-finalista. Detendo mais de 250 letras, das quais nasceram mais de 70
melodias, Lucas já parou de se culpar pelo desvio da língua materna, pois se convenceu
ser pelas composições em inglês, que consegue realizar o clima necessário de Rock
and Bues que o trio tanto aprecia.
Dos ensaios dos fins de semana iam surgindo
os arranjos e os sons eram gravados para depois serem mixados e masterizados, também
pelo vocalista. O álbum é tão completamente Christoferson que até mesmo o
desenho da capa nasceu dos dedos do próprio Lucas, com nanquim e aquarela; completados
pelas ilustras que lembram a animação de cada música, já lançadas no www.youtube.com/christofersonco
É uma produção inspirada em várias frentes, já
que há mais de dois anos Christoferson iniciou a produção de vídeos, de covers
a músicas próprias, todos de um take só filmados pela jornalista Daiana Pasquim,
postados no canal do Youtube. E a iniciativa gerou um projeto ainda maior, inédito
no Sudoeste, o EQ Sessions, realizado em 3 de novembro de 2012, quando o trio
foi convidado pelo EQ Estúdio para produzir uma apresentação ao vivo para um
público seleto de dez pessoas. Hoje, o audiovisual de 35 minutos, já foi visto
por mais de 700 pessoas.
Lançamento
O álbum será lançado oficialmente na 7ª etapa
do Aldeia Musical do Sesc Pato Branco, às 18h de 29 de setembro, sendo
Christoferson a única banda pato-branquense selecionada este ano, no Estado. A entrada
é gratuita.
Lucas Piaceski, Matheus Angeli e Luis
Henrique têm muita afinidade entre si, pois se conhecem desde sempre: Lucas e
Matheus são primos e Luis é amigo de infância de ambos, desde o percurso escolar
até as amizades que ficam duradouras.
Nove músicas
Running in
the Rain abre o álbum com batidas que
impulsionam a corrida, dando ao toque selvagem de Buffalo a determinação necessária.
Full Moon
Theme é uma canção que nos provoca com
o brilho da noite e nos faz acordar os lobisomens mais profundos.
I Got My
Towel conta com trovões naturais, pois
foi gravada numa noite chuvosa com relâmpagos que rasgavam os céus e águas que lavavam
as pedras. O estrondo deu um corpo único à canção.
Little Boy é intensa, remetendo-nos aos altos e baixos da
própria infância, já que aquela felicidade se completa com a segurança de
quando temos alguém forte para segurar as mãos.
Mayor Affair
faz imergir no duelo desafiador,
do qual só um poderá sair vivo.
Times of
Glory é uma canção que transporta para
um nível acima, pois mexe com nossos sentimentos mais profundos. Tempos de
glória são realmente sentidos da harmônica e do cajon, que marcam os compassos
do coração.
Flooting Man
é o slow blues do álbum que arrasta o humor a um flutuar nas águas, no
ar, até provocar um relaxamento completo que aciona guardadas aspirações.
Last Floor é a única mais anterior a esta produção, já apresentada
em shows como composição da banda. A versão foi a gravada ao vivo no EQ
Estúdio, recebendo posteriormente apenas o órgão, gravado por Lucas Piaceski.
Near Home encerra o álbum com todo o clima daquele fim
de tarde em que você volta e busca o aconchego de casa. A canção toca profundo
mesmo contendo menos de dois minutos e daí, deixa no ar um “quero mais”.
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